"Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Finais, os estudantes se deparam com desafios de maior complexidade, sobretudo devido à necessidade de se apropriarem das diferentes lógicas de organização dos conhecimentos relacionados às áreas. Tendo em vista essa maior especialização, é importante, nos vários componentes curriculares, retomar e ressignificar as aprendizagens do Ensino Fundamental – Anos Iniciais no contexto das diferentes áreas, visando ao aprofundamento e à ampliação de repertórios dos estudantes. Nesse sentido, também é importante fortalecer a autonomia desses adolescentes, oferecendo-lhes condições e ferramentas para acessar e interagir criticamente com diferentes conhecimentos e fontes de informação." (BNCC, 2018, p. 60)

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Eu preciso sonhar: uma escola que perpassa a função de ensinar

Área(s): Linguagens.

Oferecer orientações e esclarecimentos aos alunos, inclusive da EJA, sobre Ensino Técnico, Ensino Superior, profissões, universidades e mercado de trabalho. Além disso, despertar nos alunos do 1º ao 5º ano o desejo de terem uma profissão, visando a uma perspectiva de um futuro melhor. O projeto também proporcionou curso de informática para os alunos do 9º ano e curso de artesanato para as mães dos alunos e para os alunos do EJA.

Componente(s): Arte; Língua Portuguesa;
Quando: Sem período específico.
Materiais:
  • computadores.

Habilidades trabalhadas: EF69AR08; EF69LP38; EF67LP20; EF89LP27.
Escola: Escola Municipal Terezinha Ferreira de Oliveira, Juazeiro (BA).
Professor(a) responsável: Elionaldo Bringel de Lima.

O que é:

Desde 2015, ano de minha chegada à escola, tenho buscado metodologias mais ativas de ensino, cumprindo também a proposta pedagógica da rede municipal e tentando direcionar as minhas aulas para o contexto escolar.

Mas elas pareciam estar muito distantes dos alunos. Essa era uma queixa de todo o corpo docente em nossos planejamentos quinzenais. É como se não existisse a possibilidade de aulas atraentes, com foco e perspectiva de futuro, gerando nos motivação para dar continuidade nos estudos.

Temos uma escola organizada, ampla, com auditório, sala de informática, biblioteca, toda climatizada e professores com graduação, especialização e até mestrado.

Mesmo assim nossos alunos estavam sem perspectiva de futuro, desacreditados, desestimulados.

Esses fatores contribuíam diretamente para o desinteresse nas aulas e o surgimento de conflitos entre colegas de sala e professores, gerando, assim, muita indisciplina e baixo rendimento escolar.

Temos como referência o Sistema de Avaliação Educacional de Juazeiro (SAEJ), implantado pela Secretaria da Educação em 2009. Tal sistema oferece dados para uma análise ampla e precisa de toda a rede, da escola, das turmas e até dos alunos.

Fornece também as informações necessárias para as intervenções e as melhorias na qualidade do ensino.

Em 2017, foram aplicadas avaliações em 97 unidades escolares com turmas do 1º ao 9º anos. Nossa unidade ficou com a média 5,7 em Matemática e 6,3, em Português.

Os resultados foram baixíssimos comparados aos de algumas escolas do centro e do interior, que chegaram a alcançar 8,9 na mesma avaliação.

Diante desses entraves e das problemáticas em nossa comunidade escolar, fiz uma entrevista com os pais dos alunos. As perguntas foram sobre grau de escolaridade, trabalho formal, número de filhos matriculados na escola e cursos de formação que os jovens pretendiam fazer.

Dos 106 pais entrevistados, 74 tinham o Ensino Fundamental incompleto. Apenas dois marcaram a opção Ensino Superior.

Do total, somente 29 indicaram ter um trabalho formal (com carteira assinada). Na opção “Curso de Formação”, o artesanato foi o mais escolhido.

A pesquisa evidenciou que o desemprego e a falta de formação dos pais contribuem para a desestrutura familiar, problema típico das famílias dos alunos e de boa parte das famílias do bairro.

Ficou claro também que isso era um dos motivos da falta de interesse dos alunos pelos estudos e de não acreditarem num futuro melhor e promissor.

Sei que essa realidade não é só da nossa escola e do nosso bairro, mas uma realidade gritante nos quatro cantos do país.

O que eu deveria fazer diante dessa triste realidade? Que estratégia adotar? Havia uma receita pronta para sair de vez dessa problemática?

Existe, entre estudiosos, a visão de que a família na escola é a grande saída para os problemas da educação.

Mas o que a escola tem feito pelas famílias?

Por acreditar na escola pública, tive a ideia de realizar o projeto “Eu Preciso Sonhar: uma escola que perpassa a função de ensinar”.

O projeto foi iniciado na turma do 9º ano, mas senti a necessidade de estendê-lo a todas as turmas e a todos segmentos de ensino, inclusive aos pais.

Entendo que o envolvimento do corpo docente e discente, a boa gestão escolar e uma coordenação pedagógica eficiente tornam os resultados mais amplos e significativos.

Como fazer:

Ao iniciar 2018, resolvi mudar radicalmente a minha proposta pedagógica, em especial para a turma do 9º ano. Não queria ver os alunos indo para outras escolas ou estudar o Ensino Médio com a mesma falta de foco e de objetivos.

Para fundamentar a minha proposta pedagógica, resolvi fazer uma entrevista/questionário com os 45 alunos da do 9º ano, todos com idade de 14 a 16 anos.

Do total, 35 afirmaram não ter perspectiva de ingressar na universidade, por não se sentirem capazes.

Outros, ainda, disseram não saber diferenciar Ensino Técnico de Ensino Superior; três alunos afirmaram ser muito cedo para pensar sobre o assunto.

Do grupo, sete tinham o sonho de fazer faculdade, mas dispunham de poucas informações sobre os cursos e sobre onde poderiam estudar, mesmo com a cidade oferecendo diversos cursos – na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), na Universidade Estadual da Bahia (UNEB), no Instituto Federal da Bahia (IFBA) e em faculdades particulares, além das opções de Petrolina, cidade vizinha.

Era como se eles se enxergassem distantes daquela realidade.

As principais ações vivenciadas do projeto foram:
  • aplicação de questionários e observações para diagnosticar as causas do desinteresse pelas aulas, a falta de objetivos e a falta de perspectiva de futuro;.
  • talk show (bate-papo) com diversos profissionais escolhidos pelos alunos;.
  • curso de informática básica;.
  • visita técnica à Univasf, à UNEB e ao IFBA;
  • desfile “Miss e Mister das Profissões”;
  • filmes sobre sonhos e incentivos aos estudos;
  • palestra sobre mercado de trabalho em parceria com o SENAI e o SEBRAE;
  • curso de confecção de bolsas artesanais.

Depois dos resultados das pesquisas, dos relatos dos colegas professores, de minhas observações durante as aulas e de uma conversa com a coordenação e a gestão escolar, nasceu o projeto “Eu Preciso Sonhar: uma escola que perpassa a função de ensinar”.

Cheguei um dia para dar aula sem pincel, caderno, livros. Queria conversar sobre futuro, sonhos e a vida após a escola.

Organizei a turma e comecei a falar sobre mim, sobre o meu sonho de ser professor de Educação Física e sobre como tive de estudar e me dedicar. Falei sobre como era feliz e realizado na minha profissão.

Nas aulas seguintes, percebi uma turma mais participativa e questionadora. Propus aos alunos que fizessem uma pesquisa sobre as profissões que desejavam conhecer.

Eles trouxeram várias sugestões: médico, médico veterinário, advogado, jogador de futebol, agente de saúde, professor, psicólogo, nutricionista, policial, técnico agrícola e agrônomo.

Depois dessa pesquisa e de um debate, assumi o compromisso de fazer um talk show (bate-papo) com todos os profissionais solicitados. O objetivo principal era oferecer orientações e esclarecimentos sobre Ensino Técnico, Ensino Superior, profissões, mercado de trabalho e atuação profissional, além de incentivar os alunos a continuarem os estudos de maneira segura, consciente e motivada.

Entrei em contato com alguns amigos profissionais e jovens oriundos de escolas públicas. Falei sobre a proposta do projeto e todos se colocaram à disposição sem nenhum empecilho.

Foram três dias de talk show. No primeiro dia, estavam presentes uma nutricionista, uma médica veterinária e a secretária da escola, uma ex-aluna. Foi um dia de muita emoção, interação e aprendizado. Eu nunca tinha visto uma turma tão empolgada. Ao final, os alunos criaram um grupo no WhatsApp, começaram a compartilhar fotos e a agradecer por tudo.

No segundo dia, participaram um policial militar, a agente de saúde do bairro, uma advogada e a secretária de Educação do município.

Esse dia foi mais empolgante ainda. Eu não precisava mais direcionar as questões, os próprios alunos faziam perguntas aos profissionais.

A assessora de comunicação da Secretaria de Educação esteve presente para fazer uma matéria sobre o projeto. Ao final, convidei-a para o bate-papo. Ao iniciar sua fala, começou a chorar de emoção ao relembrar o tempo da escola e da importância de um professor em sua formação básica na escolha profissional.

Ao término do segundo dia, a secretária de Educação me convidou para apresentar o projeto aos gestores e coordenadores de 30 escolas da rede municipal. A partir daquele momento, a nossa escola e o nosso projeto ganharam visibilidade e reconhecimento. Os alunos pulavam de alegria. A escola foi ganhando outra cara.

Depois de toda essa repercussão, a Rede Globo entrou em contato comigo para fazer uma reportagem sobre o trabalho. Quando compartilhei a novidade na escola e nos grupos de WhatsApp, os alunos ficaram sem acreditar.

Aquela turma sem perspectiva já não existia. Parecia que só precisavam de uma injeção de ânimo para acreditar em seus potenciais e ver a escola como oportunidade de crescimento e aprendizado.

No terceiro encontro, participaram um aluno do Ensino Médio integrado (Administração) no IFBA (único aluno egresso de nossa escola naquela instituição pública), um técnico agrícola (ex-aluno da escola), um profissional de comércio exterior (ex-aluno dos Anos Iniciais) e Nonato, ex-jogador da Seleção Brasileira de Futebol.

O repórter da Rede Globo entrevistou os alunos e os profissionais. Foi um dia de muita emoção e movimentação na escola, com todos querendo se assistir na TV, afinal se tratava de um acontecimento inédito em suas vidas.

Quando a tão esperada reportagem saiu, a escola ficou comovida. Alguns pais me ligaram encantados por terem viso seus filhos na televisão falando sobre projetos de vida.

A terceira ação do projeto foi a realização de um curso de informática básica, que aconteceu no contraturno escolar em abril e maio, num total de 20 horas.

O curso surgiu justamente para intervir em outra problemática.

No início da primeira unidade, no eixo temático de Ginástica, resolvi trabalhar com apresentação de seminário.

Um dos pré-requisitos era que os alunos utilizassem slides, já com o intuito de prepará-los para o Ensino Médio.

Organizei os grupos, passei todas as orientações possíveis, marcamos as datas, mas nada aconteceu. Alunos alegaram que não tinham computador e que não sabiam lidar com a ferramenta PowerPoint.

Para o curso, contei com a parceria de nosso articulador de Educação Tecnológica, que abraçou a ideia do projeto, colocando-se à disposição para ajudar e conduzir o curso. Inédita, a ação animou muito os alunos e, principalmente os pais.

O articulador proporcionou durante as aulas os seguintes aprendizados: conhecimento dos periféricos, monitor, mouse, CPU, teclado, cabos, redes, instalação de todo equipamento e um pouco do sistema operacional Linux, teclas de atalhos, funções do mouse, ferramentas do Word, digitação, pesquisa na internet, formatação de trabalhos, PowerPoint, planilhas, folder e Excel.

Tínhamos na turma um aluno com paralisia cerebral, totalmente dependente de uma cadeira de rodas e de alguém para conduzi-lo. Apesar da pouca movimentação de seus membros superiores, ele conseguiu realizar todas as tarefas propostas.

O articulador, eu e os colegas ficamos impressionados. Os pais do garoto não paravam de agradecer. Acredito que poucas vezes ele se sentiu tão incluído, participativo e importante como nas aulas.

A quarta ação foi uma das mais esperadas pelos alunos – a visita técnica ao Instituto Federal da Bahia (IFBA), à Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e à Universidade Estadual da Bahia (UNEB). A primeira visita foi ao IFBA. Os alunos ficaram encantados com a estrutura da sala de vídeo. Disseram que parecia um cinema.

O coordenador geral do Instituto falou sobre os cursos ofertados (técnico em segurança do trabalho e técnico em administração), sobre os projetos de extensão, sobre as ações desenvolvidas no ano letivo e sobre o corpo docente.

Apresentou ainda a estrutura, os laboratórios, o auditório, as salas de aula, o ginásio etc.

Também estava lá o aluno com paralisia cerebral. Cheio de autonomia, ele vivia a primeira saída sem a mãe por perto.

Comentei sobre seus conhecimentos na área de informática. O professor do Instituto afirmou: “Quero você estudando aqui”. Perguntei ao jovem se ele queria estudar lá. Ele conseguiu responder: “Sim”.

A segunda visita foi à Univasf, onde os alunos foram apresentados a todos os cursos superiores, às áreas de atuação e aos meios de ingresso.

A turma tirou dúvidas e saiu de lá mais encantada ainda, com muitos jovens vendo a possibilidade de estudarem na instituição.

A terceira e última visita técnica foi à UNEB. Lá, conhecemos a história da instituição e ficamos sabendo sobre os cursos de graduação e pós-graduação e as formas de ingresso.

Depois, fomos levados ao Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável (Caerds), onde conhecemos o laboratório de monitoramento de alimentos orgânicos.

Em seguida, fomos aos plantios de frutas e verduras orgânicas. Os alunos demostraram um maior interesse por essa área, pois muitos deles já tinham os pais inseridos no contexto da agricultura.

O responsável falou sobre a importância do profissional de agronomia. Os alunos quiseram saber de todos os detalhes sobre o assunto.

As visitas foram momentos de reflexão. Muitos jovens já se viam estudando, fazendo faculdade.

Acredito que foi plantada neles a sementinha da esperança, da possibilidade.

A quinta ação foi o desfile “Miss e Mister das Profissões”, com os alunos do 1º ao 5º anos. O objetivo foi incentivar os jovens a continuarem os estudos de maneira segura, consciente e motivada e a conhecerem as principais profissões da região.

Essa ação teve uma dinâmica maior, afinal tínhamos que envolver 595 alunos, o nosso maior público escolar.

A proposta foi apresentada para as 13 professoras da escola, que fizeram uma sequência didática com o tema “Profissões”.

O desafio seguinte foi escolher três alunos para representar suas respectivas turmas no desfile, que aconteceria no auditório da escola.

As profissões escolhidas pelos alunos foram: bombeiro, policial, enfermeiro, advogado, pedagogo, professor de Arte, professor de Educação Física, astronauta, cantor gospel, juíza, médica pediatra, jogador de futebol, youtuber, dançarino, empresário, médico veterinária, vaqueiro, lutador de jiu-jitsu e dentista.

O desfile foi o momento mais esperado por todos. Algumas mães até mandaram fazer roupas para os filhos. Foi lindo ver cada detalhe.

A torcida era empolgante. No final, todos venceram e receberam um presente. Mães ligaram para agradecer as professoras por proporcionarem aquele momento tão importante e significativo na vida das crianças.

A sexta ação foi a exibição de filmes para as turmas do Ensino Fundamental – Anos Finais e da EJA. A ideia era mostrar obras que abordassem o desejo pelos estudos e pela formação profissional.

Com os professores e a coordenadora da escola, definimos quais seriam os filmes. Para as turmas de 6º ano, foi escolhido o filme “O primeiro da Classe” . Para o 7º ano, “O Preço do Desafio“. O 8º ano ficou com “Mãos Talentosas“ . Os alunos do 9º ano assistiram a “Gênio Indomável” . Os alunos da EJA viram “Larry Crowne, o Amor está de Volta” . Antes da exibição, havia uma conversa sobre cada filme.

A sétima ação foi uma palestra sobre mercado de trabalho, em parceria com o SENAI. Ela envolveu os alunos da EJA e os pais.

Coordenadores da escola direcionaram a apresentação para a realidade do público, com informações sobre o mercado de trabalho da região.

A oitava ação foi um curso sobre confecção de bolsas, com as alunas da EJA e mães de alunos. O curso foi muito esperado. Veio para incentivar as estudantes a se tornarem mulheres empreendedoras e abrirem seus próprios negócios. O curso, de dois dias, foi ministrado pela minha esposa, artesã local.

Durante o curso, as alunas identificaram cada material utilizado e aprenderam sobre o processo criativo – elaboração dos modelos, escolha tecidos, material adequado, modelagens de tamanhos, valores gastos em cada bolsa e técnica de cartonagem francesa.

Ao final, a sensação foi de empoderamento.

As alunas se sentiram realizadas e motivadas a fazerem novos cursos e, consequentemente, abrirem seus próprios negócios.

O projeto trouxe para os nossos alunos impactos positivos. Em todas as ações, percebemos o desejo pelo progresso, a busca por um “novo olhar” e por oportunidades para prosseguirem os estudos e entrarem no mercado de trabalho.

Tudo isso contribuiu para a diminuição da indisciplina em sala de aula, o comprometimento com as atividades propostas pelos professores e a aproximação das famílias com a escola e, principalmente, comigo, o professor.

Apesar de muitos objetivos terem sido alcançados, talvez a maior dificuldade encontrada tenha sido a articulação com a equipe e os parceiros, para que não fosse comprometido o desenvolvimento da proposta pedagógica.

Hoje, vejo que o maior aprendizado se deu no íntimo dos alunos, que perceberam serem capazes de ir bem mis longe do que julgavam antes.

Outro ponto positivo foi trazer as mães dos alunos para fazerem um curso profissionalizante (artesanato). Além dos conhecimentos adquiridos no curso, melhorou expressivamente a relação entre família e escola.

Muitos pais se distanciam da escola porque só escutam coisas negativas sobre os filhos. Muitas vezes, são chamados somente para resolver problemas, o que dificulta o relacionamento entre a família e a escola.

Hoje, a nossa iniciativa faz parte do Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola. Será vivenciada todos os anos.

A ideia é acompanhar a vida estudantil dos alunos, para que, num um futuro próximo, possam compartilhar suas experiências acadêmicas e profissionais.

O projeto ganhou visibilidade na cidade e será expandido para 30 escolas da rede municipal.

A cada dia, diante de todas as minhas vivências na educação pública, percebo e sinto na pele grandes desafios.

E isso só vai mudar se nós, professores, começarmos a enxergar os problemas como uma solução. A mudança pode não ser grande, mas fará muita diferença!

Saiba mais

Os professores não precisam viver a mesma realidade sempre.

É necessário que as escolas busquem estratégias e propostas pedagógicas que ofereçam aos alunos incentivos aos estudos e esclarecimentos sobre profissões, universidades e mercado de trabalho, fatores que, com certeza, contribuirão para diminuir a falta de interesse nas aulas e a indisciplina.

Os jovens de hoje precisam de estímulos para se vejam no futuro.

Os alunos mudaram, mas a escola e os professores continuam os mesmos de dez anos atrás. Se os professores não saírem da “caixinha”, os alunos nunca terão boas aulas.

É preciso também haver uma boa articulação com a gestão escolar, a coordenação pedagógica e colegas professores, além de parcerias com profissionais diversos e tempo para o trabalho.

Também é importante a formalização de parcerias com órgãos de governo e empresas.

Outro desafio é conseguir levar os alunos a escolas de Ensino Superior. Isso porque, dependendo da cidade, pode não haver uma instituição por perto, o que dificulta a realização da visita.

Acredito que, mesmo bem-sucedido, o projeto “Eu Preciso Sonhar: uma escola que perpassa a função de ensinar” ainda pode ser melhorado e direcionado para um público específico ou ter novas ações incluídas.

Mais informações sobre o projeto desenvolvido em:

LUSTOSA, Emanuelle. Projeto sobre profissões incentiva alunos da rede municipal de ensino em Juazeiro. Blog do Geraldo José, 13 maio 2018. Disponível em: http://www.geraldojose.com.br/mobile/index.php?sessao=noticia&cod_noticia=102394. Acesso em: 5 dez. 2018.