"A BNCC do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, ao valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária articulação com as experiências vivenciadas na Educação Infantil. Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas experiências quanto o desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. Nesse período da vida, as crianças estão vivendo mudanças importantes em seu processo de desenvolvimento que repercutem em suas relações consigo mesmas, com os outros e com o mundo." (BNCC, 2018, p. 58)

Podcast

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Uma ferramenta pedagógica

Área(s): Linguagens.

Esta prática teve como objetivo desenvolver o raciocínio, a atenção, a concentração e o pensamento lógico nas aulas de Educação Física por meio do jogo de xadrez.

Componente(s): Educação Física.
Quando: Durante o ano letivo.
Materiais:
  • durex colorido;
  • papel cartão;
  • garrafas PET;
  • elástico;
  • cordão;
  • fita crepe;
  • tabuleiro de xadrez;
  • tabuleiro de xadrez pintado no chão;
  • cetim para túnicas;
  • lousa digital;
  • máquina fotográfica;
  • vídeos do YouTube.
Habilidades trabalhadas: EF35EF04; EF12EF02.
Escola: Escola Municipal Gabriel Andrade, Passa Tempo (MG).
Professor(a) responsável: Wilson Ribeiro.

O que é:

Propus o projeto "Oficina de Xadrez" aos alunos do 4º e 5º anos como parte do ciclo complementar do Ensino Fundamental da Escola Municipal Gabriel Andrade.

Como fazer:

Para iniciar o trabalho, exibi um vídeo do "Projeto Xadrez Solidário", do CREA Cultural de Minas Gerais, sobre a história e regras do xadrez.

Em seguida, fiz a apresentação das peças por meio de uma matriz. Por meio dela, os alunos nomearam e pintaram todas as peças.

Ainda nessa matriz, trabalhei o movimento das peças e as regras do jogo. Depois de tudo bem entendido e fixado, passamos para a iniciação do jogo no próprio tabuleiro. Pintamos um tabuleiro no pátio da escola para que as crianças pudessem jogar xadrez, utilizando peças recicláveis de garrafa PET. Elas gostaram tanto que, na hora do recreio, passaram a formar equipes para jogar, às vezes até abrindo mão do lanche.

Fizemos uma avaliação diagnóstica para averiguar o nível de aprendizagem. Quando era necessário, voltávamos à fase inicial do projeto. Na verdade, o que mais usei do material pesquisado foram as regras do jogo e a história do xadrez, de forma lúdica. O grande atrativo foram as peças de xadrez confeccionadas com garrafa PET.

Comecei meu trabalho dando aulas dialogadas e expositivas. Somente por meio das perguntas é que eu sabia se os alunos estavam entendendo ou não sobre o que era explicado. O uso do material concreto também foi espetacular. Tocar nas peças, desenhá-las, pintá-las, foi tudo de bom.

A utilização da lousa digital favoreceu muito a motivação dos alunos. Por intermédio dela, assistiram a vídeos instrutivos sobre as regras do xadrez. A cada aula, a curiosidade e o interesse das crianças aumentavam. Na etapa em que expliquei a história, a origem e a importância do xadrez, utilizei vídeos do YouTube para maior entendimento da turma.

Uma das etapas mais demoradas foi explicar os tipos de jogadas. Foram necessárias muitas aulas, pois, nessa etapa, os alunos precisam compreender raciocínio lógico, concentração e assimilação dos nomes das peças.

A partir daí, eles puderam tocar novamente nas peças, pois já conheciam seus nomes, e observar as diferenças (tamanho, cor etc.).

Confeccionamos um mural sobre o jogo de xadrez, que ficou exposto no pátio da escola. Depois desse processo, coloquei o tabuleiro na mão dos alunos. Foi um momento de exploração do material e de grandes descobertas. Assim começamos a usar o material e a jogar xadrez, de fato.

Nesta etapa, foram fundamentais o diálogo, a explicação, a observação e o acompanhamento para descobrir quem já havia fixado as regras do jogo e como estava o raciocínio lógico das crianças.

Um momento forte no desenvolvimento do projeto foi quando apresentei à turma o jogo de xadrez confeccionado com garrafa PET. Jogamos partidas num grande tabuleiro pintado no pátio da escola.

Tudo foi tão agradável e interessante que as crianças o usaram o ano inteiro para brincar no recreio, muitas vezes deixando de lanchar. Aproveitando o tabuleiro pintado no chão, fiz aulas com peças humanas (as próprias crianças), o que foi muito interessante e proveitoso para a aprendizagem. Depois de ter consolidado os objetivos, foi realizado o "Campeonato Escolar de Xadrez", no fim do ano letivo, com a participação de toda a comunidade escolar, autoridades municipais e equipe escolar.

A avaliação da aprendizagem foi realizada em todas as aulas, por meio da autoavaliação. Como prova escrita, apliquei uma avaliação diagnóstica. Foi utilizada também a monitoria. Realizamos aulas individuais (aluno x professor), jogos em equipes e questionamentos sobre o movimento de cada peça.

Como avaliação das etapas do trabalho, fui observando a necessidade de cada aluno, fazendo um processo de construção da aprendizagem junto com eles, uma vez que as crianças têm grande capacidade e interesse pelos assuntos.

SAIBA MAIS