"A dinâmica social contemporânea nacional e internacional, marcada especialmente pelas rápidas transformações decorrentes do desenvolvimento tecnológico, impõe desafios ao Ensino Médio. Para atender às necessidades de formação geral, indispensáveis ao exercício da cidadania e à inserção no mundo do trabalho, e responder à diversidade de expectativas dos jovens quanto à sua formação, a escola que acolhe as juventudes tem de estar comprometida com a educação integral dos estudantes e com a construção de seu projeto de vida." (BNCC, 2018, p. 464)

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LABFIS – Iniciação Científica Física

Competência 3
Área(s): Ciências da Natureza.

Despertar nos alunos uma visão crítica sobre a investigação e a comprovação de teorias no campo científico ao relacionar teoria e prática, vinculando o trabalho intelectual com atividades experimentais.

Quando: Sem período específico.
Materiais:
  • livros didáticos para pesquisas;
  • eventualmente, materiais recicláveis para confecção dos experimentos;
  • acesso à internet para pesquisas e compras on-line.
Competências específicas: CNT- Competência 3
Habilidades trabalhadas: EM13CNT301; EM13CNT302; EM13CNT307; EM13CNT308; EM13CNT309
Escola: Centro de Ensino Jansen Veloso, Pio XII (MA).
Professor(a) responsável: Luciano José da Silva Azevedo.

O que é:

A Física, em sua definição, estuda os fenômenos naturais constantemente observados no cotidiano. A maioria das pessoas, porém, não percebe esses fenômenos. Muitos alunos do Ensino Médio pensam que a disciplina envolve somente cálculos. Trata-se de uma visão equivocada, uma vez que a Física envolve também teoria e prática.

No processo de aprendizagem é essencial que os alunos tenham contato com experiências. Sabendo dessa necessidade, nasceu o Grupo de Iniciação Científica de Física. Nele, discutimos teorias, cálculos e conhecimentos históricos que envolvem a Física, contemplando três eixos: Teoria, Cálculos e Experimentos.

No projeto, ficou evidente uma facilidade maior para se trabalhar com os alunos do turno vespertino, pelo tempo de que dispunham fora dos horários de aula, na comparação com as turmas do período noturno. Dessa forma, organizamos, em primeiro lugar, uma amostra científica dos alunos do turno vespertino.

Essa atividade serviu de inspiração para que os alunos do período noturno entendessem como é a apresentação de uma experiência. Foi necessário também planejamento e acompanhamento diferenciados do trabalho, que incluiu a pesquisa, a escolha das experiências e a apresentação.

Apesar de todas as ferramentas disponíveis, não existe uma avaliação perfeita. O que se busca é uma reflexão constante, diversificando e utilizando ferramentas para a metodologia avaliativa.

Na disciplina de Física, as avaliações são feitas normalmente por meio de provas. Elas, contudo, não conseguem mensurar efetivamente o conhecimento dos alunos. As apresentações do projeto serviram para uma avaliação mais eficiente, já que incentivaram os alunos, por exemplo, à explanação dos conhecimentos adquiridos.

A avaliação qualitativa também traz aos alunos e ao professor algumas questões:

Será que os conceitos trabalhados em sala de aula estão sendo assimilados?

Mesmo com avaliação tradicional, é possível quantificar e fazer uma reflexão do trabalho que está sendo desenvolvido?

Neste quesito, o projeto "Laboratório de Física (LABFIS)" deixou de lado formas tradicionais de mostrar o método prático, utilizando, no lugar, experimentos que ajudaram os alunos a entenderem os fenômenos da natureza.

Apesar de todas as ferramentas disponíveis, não existe uma avaliação perfeita. O que se busca é uma reflexão constante, diversificando e utilizando ferramentas para a metodologia avaliativa, por meio de instrumentos que gerem entendimento sobre a importância de se exercitar os conhecimentos teóricos, matemáticos e práticos.

O grande desafio, num cenário de salas superlotadas, é saber se todos os alunos estão aprendendo e assimilando os conhecimentos propostos.

Como fazer:

Os alunos escolhidos para o Grupo de Iniciação Científica foram divididos em cinco equipes de três ou quatro participantes. O projeto foi desenvolvido em 11 turmas. Após a divisão das equipes, foram sugeridas diversas experiências aos alunos. O objetivo era fazer com que não se desviassem dos assuntos abordados.

Cada turma trabalhou suas experiências, com apresentações semanais. Ao final de cada uma, os alunos responderam a perguntas feitas pelos colegas e pelo professor. As aulas práticas mostraram, mesmo aos estudantes com dificuldades na disciplina, que muitos conceitos físicos fazem parte do cotidiano.

Desse modo, a Física passou a ser vista de outra forma. Foi comum ouvir dos alunos que a disciplina não era tão difícil quanto haviam imaginado no início.

Após apresentarmos as experiências do LABFIS na "Semana Estadual de Ciência e Tecnologia", em Timon, percebi que poderia iniciar um Grupo de Iniciação Científica de Física.

Nele, os alunos poderiam construir experiências com nível técnico elevado. Logo no início de 2018, reuni 16 estudantes em cinco grupos. Após a escolha prévia das experiências, começamos a desenvolver miniprojetos para apresentar no “1º Ciclo de Debates do Centro de Ensino Jansen Veloso”.

Como eu ainda não conhecia a turma da 1ª série, escolhi alunos da 2ª e da 3ªséries do Ensino Médio. Todavia, o projeto realizou apresentações em todos os turnos, e também em algumas escolas municipais, englobando os conhecimentos estudados em todo o Ensino Médio.

Realizamos ainda uma extensa pesquisa nos livros didáticos, em vídeos da internet e em apresentações vistas na Semana de Ciência e Tecnologia anterior.

Depois de muita pesquisa, foram escolhidas as seguintes experiências para o Grupo de Iniciação Científica:

  • "Escavadeira Hidráulica com Controle", que utilizou o Teorema de Pascal e conceitos de pressão e força.
  • "Pássaro Equilibrista", que explicou o conceito de centro de massa e teoria das pontas.
  • "Cubo de Espelhos e Espelho Infinito", que possibilitou a observação de fenômenos como reflexão e refração da luz.
  • "Minibobina de Tesla", que explicou o campo elétrico e suas interações;
  • "Ferrofluido Caseiro", que abordou o eletromagnetismo com as linhas do campo magnético;
  • "Globo de Plasma", que tratou de conceitos eletrostáticos;
  • "Minirrobô e Robô de Linha", que apresentaram componentes usados na eletrônica;
  • "Simuladores", ferramentas visuais para a descrição e a ilustração de teorias abstratas da Física.

O projeto foi razoavelmente bem-sucedido, com 92% dos alunos alcançando notas acima do mínimo, que era 6.

O Grupo de Iniciação Científica de Física, por sua vez, não foi avaliado com a atribuição de notas. Os próprios alunos avaliaram suas apresentações, com a identificação de melhora na oratória.

Saiba mais

Os recursos para pesquisa e elaboração das atividades práticas foram responsabilidade dos alunos. O Grupo de Iniciação Científica de Física, porém, utilizou recursos próprios do professor, pois algumas experiências eram bastante elaboradas, como dois projetos de Iniciação à robótica.

O projeto LABFIS e os Grupos de Iniciação Científica de Física podem, perfeitamente, serem adaptados à realidade de outras escolas. Um bom planejamento é fundamental para essa adequação.

Os desafios, é claro são constantes. Contudo, o educador deve estar preparado para a correção de problemas e aprimoramentos nas aplicações seguintes do projeto.

Caso a escola não tenha acesso à internet, o professor deve auxiliar os alunos no processo de pesquisa. Para os experimentos mais elaborados, alguns itens podem ser comprados em lojas virtuais.

Com esse tipo de projeto, de incentivo à pesquisa científica, os professores têm condições de mudar o cenário educacional da escola. Como resultado, verão alunos mais interessados, com a consequente melhora nas notas escolares.

Outras ideias:

Para acompanhar o apoio teórico usado pela autora do projeto, o professor poderá fazer a leitura do livro “Letramento Literário: teoria e prática”, de Rildo Cosson, com destaque para o capítulo “Sequências Didáticas para o Oral e a Escrita: apresentação de um procedimento”.


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