Uso do modelo STEM Education na produção de equipamentos de laboratório didático de baixo custo

Competência 2 | Competência 3
Área(s): Ciências da Natureza.

Esta prática teve como objetivo montar os equipamentos propostos para que ajudassem nossa e outras escolas a trabalhar com ferramentas digitais colaborativas exigidas por empresas no dia a dia e promover o empreendedorismo e a compreensão de seus impactos positivos e negativos em nossa sociedade. Além disso, aplicar o modelo STEM (Science, Technology, EngineeringandMathematics – Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) como uma nova ferramenta de ensino integrado de ciências.

Quando:
Em qualquer momento do curso.
Materiais:
Os materiais não são descritos de forma detalhada.
Competências específicas:
CNT – Competência 2; Competência 3
Habilidades trabalhadas:
EM13CNT205; EM13CNT301; EM13CNT302; EM13CNT307
Professor(a) responsável: Antonio Roberto Petali Junior.
Escola: CIEP 117 Carlos Drummond de Andrade Intercultural Brasil-Estados Unidos, Nova Iguaçu (RJ).

O que é:

Projeto visou à produção de equipamentos de laboratório escolar de baixo custo.

Como fazer:

Um dos primeiros passos do projeto foi aprender a finalidade dos equipamentos, como funcionavam e quais eram princípios teóricos que eu poderia tirar da experiência para ensinar Química, Biologia e Física de forma integrada e de acordo com o currículo escolar.

Em dois tempos de aula e durante diversos momentos extraclasse, tivemos exposições e pesquisas sobre os equipamentos de laboratório. Pesquisamos sobre sua utilidade, de que forma eram usados, a quais atividades humanas atendiam e, finalmente, seus valores de mercado.

Para isso, separamos a turma em grupos de trabalhos. Como resultado, chegamos à seguinte configuração para o nosso laboratório: centrífuga, estufa, destilador, capela, suporte e registros.

As tardes das quartas-feiras ficaram livres. Aproveitei o momento para criar com alguns outros professores o "Clube de Ciências".

No projeto, os alunos tinham dois momentos comigo: um em sala de aula e outro no horário do "Clube das Ciências".

Ensinei o conteúdo com base em pequenas pesquisas, extraindo delas e do projeto os assuntos que eram pertinentes ao ensino de Química, integrando-os sempre que possível com Biologia e Física.

Focamos, então, em dois protótipos. Na sala de aula, abordamos a parte teórica do ensino integrado de ciências e tecnologia.

No espaço de trabalho, vivenciamos os aprendizados socioeducacionais em Matemática Aplicada e Engenharia de Produtos.

Os testes de cada equipamento foram realizados separadamente com cada grupo.

Ao final, a avaliação dos alunos utilizou as seguintes referências:

As tardes das quartas-feiras ficaram livres. Aproveitei o momento para criar com alguns outros professores o "Clube de Ciências".
  • rodas de conversa;
  • ferramentas colaborativas on-line, como o Google Classroom, do pacote Google for Education;
  • organização do 1º Encontro de Ciências Tecnologia e Sociedade, evento com atividades como mesa redonda, palestras, minicursos, roda de conversa, mostra cultural e científica;
  • inscrição na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace, 2018).

Toda essa atividade pode ser replicada por outros professores. São inúmeras as possibilidades de produção de equipamentos em cada escola.

Em nosso projeto, não ficamos presos aos equipamentos de laboratório. O método aplicado foi de extrema flexibilidade, dependendo somente do diálogo dos professores com seus alunos.

Dicas

O diálogo é a base desse tipo projeto. Quanto maior o protagonismo dos alunos, mais oportunidades haverá para eles utilizarem suas experiências socioculturais na resolução de problemas.

O professor pode aprender a trabalhar com pedagogia ativa, pedagogia de projetos, sendo, de fato, um mediador e um orientador dos estudantes e dedicando seu tempo ao que realmente é fundamental para a turma.

É importante haver um link entre teoria e prática. O professor pode apresentar artigos para ajudar os alunos a pensarem sobre determinadas temáticas.

Pode ainda organizar um bate-papo para que todos exponham seus pensamentos sobre o processo.

Essa ação pode ser útil também para resgatar aqueles que se dispersaram ao longo do processo. É conhecido que a dispersão é um dos principais problemas do projeto, pois alunos dispersos conseguem, de alguma maneira, desestimular outros alunos.

O professor deve usar ainda as habilidades socioemocionais, direcionando-as para extrair o melhor proveito possível do trabalho dos líderes de grupo. Aqueles que sabem escrever, organizar, liderar e operacionalizar podem potencializar o grupo, à medida que suas habilidades são bem utilizadas, ou desmantelá-lo, quando fazem mau uso dessa capacidade.

Cada aluno tem seu tempo e suas limitações. Muitas vezes, vale a pena deixar que eles próprios se organizem, com a ajuda dos colegas com maior carga de conhecimento.


Pesquisadores em ação: da escola para o mundo

Competência 3 | Competência 7
Área(s): Linguagens; Ciências da Natureza.

Esta prática procurou promover a compreensão da importância da pesquisa para a transformação da sociedade, inserir um conceito de pesquisa científica aprimorado para a sala de aula e que permitisse a produção, pelos alunos, de artigos científicos, além de trabalhar a oralidade em apresentações acadêmicas.

Quando: Em qualquer momento do curso.
Materiais:
  • livro "Pesquisa na Escola: o que é e como se faz", de Marcos Bagno;
  • filme "Opostos", de Edgar Luz.

Competências específicas: LGG – Competência 3; Competência 7
Habilidades trabalhadas: EM13LP28; EM13LP30; EM13LP34;
Professor(a) responsável: Kathia Maria Barros Leite.
Escola: Instituto Federal de Alagoas (IFAL), São Miguel dos Campos (AL).

O que é:

Tratou-se de atividade em sala de aula criada para destacar a importância da escrita e da pesquisa como subsídio para a transformação cultural e social.

Como fazer:

Esta experiência, que pode ser aplicada em qualquer turma do Ensino Médio e do pós-Médio, é uma prática muito comum nas aulas de Língua Portuguesa. O que eu fiz foi levar para a classe personagens reais, pesquisas reais.

Este projeto pode ser aplicado como trabalho interdisciplinar e em qualquer disciplina.






Na primeira etapa, apresentei o assunto pesquisa. Para isso, utilizei o livro "Pesquisa na escola: o que é, como se Faz", de Marcos Bagno. A partir da leitura do capítulo “O Fio de Ariadne”, muitos alunos viram a importância de se fomentar a pesquisa escolar.

Após a leitura do livro, focamos nas atividades audiovisuais, fazendo uma sessão do filme "Opostos", que serviu de base para que fizéssemos uma resenha científica.

A segunda etapa foi a do planejamento do pré-projeto de pesquisa. Iniciei o trabalho apresentando as definições de pesquisa qualitativa e quantitativa. Mostrei aos alunos que as duas modalidades de pesquisa têm importâncias singulares, e que elas não se excluem do processo de elaboração do texto. Ao contrário, juntam-se a ele e possibilitam a triangulação dos dados.

Após a escolha dos temas, começamos a pensar na coleta de dados e na metodologia da pesquisa.

Para facilitar a compreensão da atividade propus o seguinte exercício:

Responda as perguntas abaixo:

a) Pergunta/problema que se quer resolver ou responder (o que pesquisar?).
b) Provável título do artigo a ser elaborado.
c) Autor (quem pesquisa?).
d) Escreva uma pequena introdução (delimitação do tema e do problema).
e) Faça uma pequena revisão bibliográfica, ou seja, procure e leia o que há escrito em livros, artigos, sites, jornais, trabalhos acadêmicos etc. sobre o assunto que deseja escrever. Não há nada escrito sobre o assunto que escolheu? Mude de tema.
f) Tente fazer uma pequena referência (transcrição) dos documentos pesquisados.
g) Escreva um objetivo geral e um objetivo específico (Para que pesquisar? Quero atingir quais objetivos com minha pesquisa?).

  • Objetivo geral:
  • Objetivo específico

h) Defina os métodos que precisará utilizar para obter as respostas de sua pergunta/problema (como fazer minha pesquisa para obter o resultado esperado?)
i) Faça um cronograma de atividades. Você vai determinar seus prazos, coordenando de forma inteligente sua vida profissional, pessoal e acadêmica de forma a cumprir o prazo de entrega do Artigo Científico.
j) Entrega do artigo.

 

Na terceira etapa, o desafio maior foi o de elaboração do artigo acadêmico, que teve como referências a atividade realizada em sala e as informações coletadas pelos alunos. Em primeiro lugar, trabalhamos partes do texto, isoladamente. Em seguida propus a junção dos trechos.

A quarta etapa foi marcada pela avaliação. Considerei o processo de escrita um sucesso, pois os alunos escreveram textos importantíssimos para a reflexão social. Alguns o fizeram com muitas dificuldades, outros necessitaram de menos esforço.

A avaliação levou em consideração a adequação ao gênero, a busca pela organização, a progressão temática das ações de pesquisa e sua relevância para a sociedade.

Por fim, escolhi os melhores artigos e trabalhos para que fossem inscritos em feiras escolares.

Dica!

O projeto possibilita uma permanência do aluno na escola e busca a verticalização nos estudos, mostrando aos alunos que vale a pena estudarem e se desenvolverem como seres humanos, integrando-se ao ambiente escolar e social.

A educação financeira gerando adultos mais conscientes nas compras

Competência 1 | Competência 2
Área(s): Matemática.

Trabalhar os conceitos da educação financeira sob a perspectiva da gestão das finanças pessoais.

Quando:

Ao longo do ano letivo durante um bimestre, aproximadamente.

Materiais:
  • sala de informática com acesso à internet (desejável);
  • calculadora financeira (pode-se utilizar um aplicativo para smartphone).
Competências específicas:

MTT – Competência1; Competência 2

Habilidades trabalhadas: EM13MAT203; EM13MAT303; EM13MAT304; EM13MAT305
Professor(a) responsável: Emerson do Nascimento Silva.
Escola: Colégio Estadual Barão do Rio Branco, Rio Branco (AC).

O que é:

O uso do racional da matemática ao fazer compras é fantástico. Ela tem um papel preponderante na vida cotidiana. Esse projeto possibilitou unir o tema ao dia a dia dos alunos, que passaram a ter uma visão mais prática da disciplina Matemática em sua realidade financeira.

Como fazer:

Este projeto surgiu da necessidade de os jovens entenderem a complexidade e a viabilidade do uso da matemática financeira em suas vidas. É sabido que, por falta de orientação, muitos não têm como preocupação poupar o que ganham.

Neste projeto, o aprendizado só seria possível se ocorresse de maneira intrigante e cativante. Fizemos, então, a "Feira de Ciências".

Programei uma apresentação em grupo sobre os temas "Como Entender os Juros que Cobram no Cartão?", "Como Entender os Juros em Compras Parceladas?", "Como Entender os Juros em Compras por meio de Cartão?" e "Como Entender que Comprar à Vista é Sempre Melhor?"

Fiz os alunos pesquisarem as diversas formas de compras e as mais variadas maneiras de pagamentos. Elaborei várias perguntas:

"Você compraria um produto à vista ou a prazo?"

"Quais as diversas formas de pagamentos e de créditos que existem?"

"Por que a maioria usa o cartão de crédito de forma abusiva, pagando o mínimo no cartão?"

"Quais os juros no cartão após o período de um ano?"

Os alunos pesquisaram em lojas, bancos, financeiras, departamentos de vendas, concessionárias de veículos e na internet. Também levantaram dados a respeito das diversas formas de vendas e de pagamento.

Com essas informações, foi mais fácil estudar e apresentar os resultados aos demais alunos da escola. Isso foi feito na forma de panfletos informativos, scripts, tabela de preços e tabela de juros do cartão de crédito.

Outras questões foram levantadas:

"O que é planejamento financeiro?"

"Você já pensa em aposentadoria antes de entrar no mercado de trabalho?"

"Sobre investimentos, o que sabe?"

"Poupar é importante? Seus pais fazem isso?"

"Como calcular os juros em compras?"

Essas indagações me ajudaram a distribuir os temas no grupo e a dirimir dúvidas. Fiquei muito feliz com a rápida absorção do tema e a relação feita com suas vidas. Depois disso, os alunos foram a campo para coletar dados e organizar informações para a "Feira de Ciências".

A curiosidade sobre os temas e o modelo de trabalho mantiveram os alunos concentrados em terminar o trabalho o mais rapidamente possível.

Uma das dificuldades encontradas foi reunir a turma num horário, fora do turno escolar, para distribuir as tarefas e providenciar o banner, a maquete e os materiais de apoio para a feira.

Sobre financiamentos de carros e imóveis, os jovens perceberam que, por conta dos juros, o custo final praticamente dobra em relação ao valor original.

Em relação ao cartão de crédito, descobriram que os juros podem chegar a 300% ao ano. Esse percentual assustou muito a turma.

Com essas informações, os jovens concluíram que, se a pessoa não tiver um bom controle financeiro, ficará devendo cada vez mais.

Alguns alunos disseram, inclusive, que não pretendiam usar o cartão quando estivessem no mercado de trabalho. Eu disse a eles que o melhor seria se aprendessem a ser consumidores mais conscientes, para que seus gastos não superassem os ganhos com salário.

No dia da apresentação na "Feira de Ciências", tudo correu bem. Percebi que os alunos compreenderam os objetivos e as estratégias traçadas. Mas notei também a falta de conhecimento nessa área.

O analfabetismo matemático é uma realidade em nosso país. Muita gente, por falta de conhecimento sobre as operações básicas de matemática, não confere o troco ou não sabe calcular os juros de uma transação financeira.

Um dos objetivos do trabalho foi, exatamente, ensinar aos alunos como calcular esses juros e mostrar a melhor forma de comprar.

A maioria deles é de classe média baixa, e seus pais, pelo que pude avaliar, estão sempre com problemas financeiros.

Por isso, eu quis que aprendessem o conceito de que não devemos gastar mais do que o nosso dinheiro pode comprar, para que não haja frustrações futuras.

Ao final do trabalho, o grupo foi parabenizado pelo tema escolhido, pelas dicas de compras e pela educação financeira que alcançaram.

Saiba mais

Alguns sites da internet oferecem calculadoras financeiras para juros simples e compostos e geram gráficos sobre a evolução das aplicações de longo prazo.

Existem disponíveis também cursos e orientações. Exemplos:


A Saga do Herói: das aulas de História à tela dos cinemas

Competência 1 | Competência 2
Área(s):Linguagens; Ciências Humanas e Sociais.

O objetivo desta prática foi explorar a saga do herói presente no estudo de momentos históricos, analisando as informações neles contidas e seu reflexo na disseminação de conceitos e culturas transversais à história.

Quando: Durante o ano letivo.
Materiais:
  • Livros;
  • Filmes;
  • histórias em quadrinhos.
Competências específicas:
LGG – Competência 2
CHS – Competência 1
Habilidades trabalhadas: EM13CHS101; EM13CHS102; EM13CHS103; EM13CHS104; EM13CHS106; EM13LGG202
Professor(a) responsável: Reginamio Bonifacio de Lima.
Escola: Escola Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Acre (UFAC), Rio Branco (AC).

O que é:

Nesse projeto, revisitamos histórias em quadrinhos e filmes sobre mitos heroicos.

Como fazer:

Nas primeiras aulas sobre as origens da vida, ficou claro que, aos alunos, não bastava saber "de onde viemos" ou "para onde vamos". Eles queriam conhecer a si mesmos, ao outro e se verem representados na história. Desejavam descobrir, desbravar e estudar história como se o cotidiano fizesse parte do passado e o passado estivesse no cotidiano.

Com a grande quantidade de filmes revisitando histórias em quadrinhos e as promoções nas salas de cinemas, alguns alunos conseguiram, constantemente, assistir aos seus filmes favoritos.

A partir dessa situação, surgiu a questão:

Por que, então, não revisitar a história pela perspectiva dos heróis tão reverenciados pelos alunos?

Partimos, então, para a exploração das sagas de heróis da história, analisando informações sobre suas épocas e o reflexo de sua atuação na disseminação de conceitos e culturas. Assim o fizemos: de Hércules a Hulk, de Dom Quixote a Sherazade, de Joana D’Arc à Mulher Maravilha.

Outra questão foi proposta:

Podemos visualizar, nas aulas de História, as sagas de heróis da mesma maneira que elas acontecem nas histórias em quadrinhos (HQs) e nos cinemas?

Nessa busca, utilizamos os pressupostos teóricos de Michel Foucault, Pierre Bourdieu e Emilia Ferreiro, para os quais o sujeito é derivado de saberes, práticas sociais, redes de poderes e ética.

Nesse sentido, nosso projeto buscou fugir dos paradigmas vinculados a sujeitos universais e dos que focalizam o psicológico em processos privados e íntimos.

Além da literatura, foram utilizados multiversos DC Comics e Marvel Comics, bem como as relações de ideologia, poder e alteridade que contribuíram para a transformação e a evolução das HQs.

Para oferecer um maior conhecimento sobre a trajetória das histórias em quadrinhos, realizamos uma pesquisa a respeito do tema "Heróis", abordando características, história, contextualização e evolução.

O método de pesquisa utilizado consistiu na seleção de passagens e momentos da história antiga e de HQs para que fizéssemos a leitura crítica dos seus significados, sempre comparando com o momento político-social do período de edição.

Analisamos as ideologias (de poder e alteridade) presentes nos compromissos político-ideológicos dos personagens e de suas histórias, bem como a abordagem dada a temas sociais.

Logo de início, realizamos reuniões com a equipe executora para alinhamento dos objetivos às necessidades da clientela e à metodologia das aulas.

Com base nos anseios dos alunos, propusemos a estratégia de verificar a saga do herói. Fizemos isso também amparados nos estudos de obras históricas ilustradas como "Eneida", de Virgílio; "Odisseia", de Homero; e das obras "Aladin e o Gênio da Lâmpada" além de histórias em quadrinhos da Marvel Comics e da DC Comics.

Começamos lendo os livros e fazendo debates sobre o assunto, procurando destacar os heróis e suas ações. Em seguida, conversamos sobre as ideias dos autores em relação às obras objetos de leitura.

Fizemos rodas de leitura e debatemos assuntos como a relação do fantástico com o cotidiano e a memória de Sherazade, com sua perspicácia para se manter viva.

Solicitamos ainda o auxílio dos professores de Geografia, Português e Inglês para que, em nome da vertente transdisciplinar do projeto, ajudassem-nos a alcançar diversos objetivos, entre eles:

  • fazer os alunos lerem melhor;
  • desenvolver neles habilidades com a escrita em língua estrangeira;
  • fomentar argumentações, discurso e escrita em língua vernácula;
  • promover a discussão sobre o espaço geográfico;
  • fomentar a descoberta, no globo, das localidades das sagas históricas e ficcionais.

Tendo o livro "O Herói de Mil Faces", de Joseph Campbell, como base para a busca do "monomito", pensamos em descrever a saga do herói e como ela se relaciona com a construção dos heróis relatados pela história.

A estrutura descoberta por Campbell parte de questões sutis, como a imaginação e os auxiliares sobrenaturais internos e externos para relatar a evolução do herói na direção de patamares mais elevados de consciência.

Saiba mais

A obra "O Herói de Mil Faces", do mitólogo norte-americano Joseph Campbell, não é um livro de aventura nem de ficção; é um livro acadêmico, com foco em estudos comparativos das mitologias de todas as partes do mundo.

Para Campbell, todas as histórias e os heróis e as heroínas que protagonizam os mitos são variações de uma única história, de um único herói. Esse seu conceito revolucionário, chamado de “monomito”, expõe a ideia de que, por trás de todas as mitologias, existe a mesma sequência de etapas que acontecem e/ou são realizadas por todos os heróis.

A fim de entender o que essas histórias revelavam sobre culturas e seres humanos, Campbell criou uma sequência sobre escrita e roteiros que ficou conhecida como "A Jornada do Herói".

Esse esquema deu origem a várias histórias da literatura e do cinema, como "Star Wars", "Alice no País das Maravilhas", "Harry Potter", "Senhor dos Anéis" e "Jogos Vorazes".

Campbell propôs um círculo em que a jornada começa e termina no mundo normal do herói, embora a missão passe por um mundo especial, desconhecido.

Ao longo do caminho há alguns eventos e desafios decisivos para o herói até que ele volte a uma situação de normalidade num patamar superior, com sua vida tendo sido mudada pela missão pela qual passou. Com todas as tramas do enredo resolvidas, ele retorna à vida normal; desta vez, elevada a outro nível.


Acácia Branca: vegetal capaz de tratar a água no meio rural

Competência 2 | Competência 3
Área(s): Ciências da Natureza.

Esta prática teve como objetivo conscientizar os alunos sobre a questão de disponibilidade de água e seu uso, pois é preocupante a contaminação deste recurso tão vital para o ser humano. Além disso, procurou-se uma forma de tratar a água de forma biodegradável sem agredir o meio ambiente e sem fazer mal à saúde.

Quando: Sem período específico.
Materiais:
  • recipientes existentes no laboratório;
  • aparelhos como projetor de imagens, TVs, microscópios e computadores;
  • lousas;
  • livros, revistas e artigos científicos;
  • peneira;
  • panos;
  • sementes;
  • copos;
  • colheres;
  • confecção de cartazes;
  • vasilhames com água escura e água limpa.
Competências específicas:
CNT- Competência 2; Competência 3
Habilidades trabalhadas: EM13CNT206; EM13CNT301; EM13CNT302; EM13CNT303; EM13CNT307; EM13CNT310;
Escola: Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Gertrudes Leite, Desterro (PB).
Professor(a) responsável: José Hélio Pereira.

O que é:

O projeto teve origem na preocupação da comunidade escolar em relação à qualidade e ao aspecto da água (de cor escura) retirada pela população de um açude localizado na zona rural do município.

Diante dessa inquietação, resolvi pôr em prática uma abordagem criativa para aguçar a curiosidade intelectual dos estudantes e conectar os estudos da sala de aula à realidade.

Isso provocou neles interesse imediato em discutir o tratamento convencional pelo qual a água passa antes de ser consumida pelo ser humano. Todos foram incentivados a pesquisar fontes sobre o assunto para que, então, desenvolvessem uma atividade prática.

O objetivo era identificar uma forma natural e sustentável de tratar aquela água, sem provocar interferência na saúde e sem agredir o meio ambiente.

Resolvemos procurar soluções de tratamento simplificado de água, diferentes do processo habitual, que tem como passos a capitação, a coagulação, a decantação, filtração, a cloração e a fluoretação, e que faz uso de produtos químicos como sulfato de alumínio, cloro granulado e cloro gasoso.

Resolvemos também pesquisar na internet formas naturais para tratar a água, decantando o barro e eliminando bactérias. Em nossa pesquisa, descobrimos a semente de um vegetal conhecido na região pelo nome de acácia-branca (nome científico de Moringa oleifera).

A acácia-branca tem substâncias naturais que podem deixar a água limpa e pura para beber. Era uma alternativa ideal para as pessoas da zona rural que não tinham acesso à água tratada pelo sistema convencional.

Fizemos diversas atividades e experimentos. No âmbito escolar, o resultado foi melhoria no rendimento escolar, desenvolvimento do gosto pela leitura, interação e maior participação em trabalhos coletivos.

O trabalho gerou ainda conhecimentos sobre a importância da valorização dos recursos naturais.

Ao final do ano, boa parte da turma passou a pedir mais projetos de Ciências, pois queriam prosseguir nesse tipo de atividade, utilizando estratégias de investigação.

Recomendo muito a outros professores este tipo de experiência. Senti que os estudantes passaram a gostar de ler e de pesquisar.

Como fazer:

Eram alunos que tinham um bom potencial para o uso das tecnologias e que gostavam de pesquisar e atuar em grupos de estudo. Mas não tinham o hábito de ler, eram desmotivados. Em função disso, fiz novos ajustes no planejamento para envolvê-los em tarefas com o enfoque de entendimento através de leituras.

O diagnóstico foi realizado em duas aulas e serviu como base para a reflexão e a elaboração de atividades. A avaliação foi registrada num livro, com a assinatura de todos os presentes.

A investigação se deu por meio de um questionário com dez perguntas (objetivas e subjetivas) destinado aos alunos da 2ª série do Ensino Médio. O objetivo foi analisar as percepções e concepções práticas referentes aos conceitos e às propostas do tratamento da água, bem como analisar as práticas dessa atividade. Participaram do projeto 49 estudantes.

As respostas trouxeram questionamentos suficientes para que fossem definidos os objetivos e as metodologias. Percebendo a preocupação da comunidade e os comentários dos alunos na sala de aula sobre a problemática do processo de purificação da água de forma natural, decidimos fazer uma pesquisa bibliográfica para tentar o clareamento da água de beber e a eliminação das possíveis bactérias, tudo sem o uso de produtos químicos.

Numa reunião com a turma, elegemos que o tema do projeto seria "Acácia-Branca: vegetal capaz de tratar a água no meio rural". Estabelecemos também etapas de trabalho.

Apliquei um questionário para saber se os alunos conheciam alguma forma de tratamento da água. Ao final, percebi que a maioria não sabia sequer qual era o tratamento convencional com produtos químicos.

Na internet, pesquisamos as primeiras formas de tratamento da água na história humana e as formas biodegradáveis para o tratamento simplificado.

Eu já conhecia a importância da Moringa oleifera como um vegetal que poderia solucionar o problema, mas deixei que a turma fosse atrás de uma resposta. Tínhamos esse vegetal na escola, mas os alunos ainda não sabiam da sua importância.

Os jovens se dividiram em grupos de pesquisa. Nos finais de semana, eles se juntavam, formando textos e tirando dúvidas sobre o que havia sido pesquisado. Ao final, perceberam que a Moringa oleifera também tinha nutrientes importantes para humanos e animais.

Naquele momento de pesquisa, os alunos usaram os próprios celulares para verem vídeos no YouTube, artigos científicos e documentários de revistas e de canais de televisão. Leram ainda alguns depoimentos de autores de livros.

Tivemos também a contribuição do professor de Química, na análise de substâncias, e do professor de Geografia, que falou sobre como desenvolver um viveiro na escola para a distribuição às famílias de mudas do vegetal.

Os conteúdos do projeto foram vistos por etapas, de acordo com o momento no bimestre. Após conhecermos o vegetal, fizemos um estudo de suas potencialidades. Realizamos também experimentos no laboratório de Ciências, utilizando o extrato da semente da Moringa oleifera para o tratamento simplificado de água.

As sementes foram fragmentadas para que virassem um pó. O material foi adicionado a um pouco de água, que assumiu um aspecto leitoso. Coamos o líquido com um pano para que fossem retiradas as partes maiores.

Já com o líquido da acácia-branca pronto, adicionamos o composto à água turva. Cerca de 20 minutos depois, o resultado: a água já podia ser consumida.

No processo, utilizamos duas sementes, que foram suficientes para o tratamento de dois litros de água turva.

Outro resultado importante do projeto diz respeito à interação entre os alunos. O trabalho em equipe fez com que estudantes mais tímidos também se desenvolvessem, aprendendo a lidar com o próximo e perdendo o medo de falar para a própria turma na hora das apresentações. Para os alunos que não sabiam usar a internet para fazer pesquisas, criamos um grupo de monitores.

Os jovens participaram de forma efetiva no projeto, atuando coletivamente nos grupos de estudos. Houve ainda parceria com alunos de outras turmas (na confecção de cartazes), com colegas professores (nas sugestões de ideias) e com funcionários da escola (na limpeza e organização do ambiente das pesquisas e nas apresentações das atividades).

Os pais também tiveram papel significado, ao permitirem que os filhos participassem de aulas de campo em comunidades vizinhas e que ficassem na escola em horário oposto ao turno das aulas.

Os pais se mostraram sempre satisfeitos com a participação dos filhos no projeto. Segundo vários deles, o interesse pelas atividades escolares aumentou significativamente.

A comunidade escolar também foi muito participativa – nos eventos, nas reuniões, no planejamento e nas apresentações dos resultados.

A informação de que projeto seria avaliado para concorrer num prêmio gerou uma expectativa de esperança, de mudanças nas aprendizagens e de dias melhores para a escola e para a comunidade.

O alunos foram avaliados de forma contínua, sempre levando em consideração as dificuldades de leitura naquela faixa etária, a sequência e assimilação dos conteúdos, os questionamentos e as dúvidas apresentadas, a realização das tarefas extraclasse, o rendimento escolar, o gosto pela leitura, a apresentação dos trabalhos, a produção de textos, o envolvimento dos pais e a interação nos trabalhos coletivos.

Posso dizer que os objetivos desejados foram alcançados da melhor maneira possível. O que os alunos jamais esquecerão é que a semente da Moringa oleifera apresenta um potencial ativo capaz de fazer um tratamento alternativo e natural, como a decantação e eliminação de possíveis bactérias contidas na água.

Os estudantes viram que, mesmo diante de toda industrialização e tecnologia, a natureza pode oferecer, sem gastos, uma alternativa para resolver um problema sério – o da poluição da água, beneficiando, assim, as famílias e a comunidade. Neste projeto, contamos com a ajuda de funcionários da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba da cidade (CAGEPA), que forneceram informações sobre os processos de tratamento durante a visita que fizemos a uma estação.

A Prefeitura, por sua vez, forneceu o ônibus para que os alunos visitassem os locais de pesquisa e participassem das aulas de campo. A Secretaria de Educação, em particular, abriu aos alunos o acesso à Biblioteca Municipal e aos computadores da rede de ensino.

Muitas foram as razões que levaram ao alcance dos objetivos. Dentre elas, o uso das redes sociais e do WhatsApp, que possibilitou a troca experiências, a organização de combinados e a marcação de encontros.

Os alunos aprenderam que é pesquisando que se aprende. A prática pedagógica trouxe meios e desafios diários, estimulando a vontade de realizar novas tarefas, em casa ou na escola.

Aprendi com este projeto que, para termos bons resultados, precisamos criar estratégias, planejar, comparar, pesquisar muito, ler e fazer bons entendimentos. Precisamos também envolver os alunos com a situação-problema, deixando-os correr atrás dos resultados.


Laranjas: produzir, espremer e saponificar

Competência 1 | Competência 2 | Competência 3
Área(s): Ciências da Natureza.

Promover a aprendizagem dos estudantes sobre funções orgânicas, isomeria óptica e reação de saponificação por meio do uso da temática "Laranjas: produzir, espremer e saponificar", possibilitando uma aproximação dos alunos com o ambiente onde viviam. Além disso, proporcionar aos alunos o conhecimento da base socioeconômica de sua cidade.

Quando: Início do ano letivo.
Materiais:
  • água morna;
  • suco de laranja;
  • soda cáustica;
  • óleo de cozinha usado e coado;
  • colher de madeira;
  • balde plástico de material grosso e resistente;
  • recipiente para o molde do sabão.
Competências específicas:
CNT – Competência 1; Competência 2; Competência 3
Habilidades trabalhadas: EM13CNT105; EM13CNT206; EM13CNT301; EM13CNT302
Escola: Colégio Estadual Dr. Antônio Garcia Filho, Umbaúba (SE).
Professor(a) responsável: Darcylaine Vieira Martins.

O que é:

A utilização da temática laranja como tema contextualizador possibilitou abordarmos um amplo leque de conceitos sobre a disciplina de Química Orgânica.

Como fazer:

Observando a realidade dos alunos do Colégio Estadual Dr. Antônio Garcia Filho, foi possível compreender que o ensino de Química Orgânica precisava ser apresentado de outras formas para os alunos. Aproveitando que a base da economia da cidade é a citricultura, pensei num projeto no qual a laranja estivesse inserida na temática.

Ao invés de decorar fórmulas e informações, como é comum, os alunos tinham de compreender com clareza os conteúdos, para que pudessem entender o mundo à sua volta.

Apliquei o questionário investigativo para levantar as concepções prévias sobre a citricultura no município, bem como aferir seu nível de motivação e de interesse pelos conteúdos de Química Orgânica.

Pedi aos alunos que fizessem uma pesquisa sobre o valor da produção de laranja, a área plantada, a produtividade por hectare, entre outras questões.

Para isso, exibi o vídeo "Alimente-se Bem: a história dos alimentos – Laranja.

Resumidamente, o vídeo relata a origem, a história e curiosidades sobre essa fruta.

As perguntas levantadas pelos alunos após a exibição do vídeo foram aproveitadas para que eu fizesse alguns comentários iniciais e já introduzisse aspectos da produção de laranja na cidade.

Como atividade extraclasse, pedi aos alunos que fizessem uma pesquisa sobre o valor da produção de laranja, a área plantada, a produtividade por hectare, sua participação na agricultura do município e o percentual da área territorial ocupada com sua plantação em diferentes regiões geográficas do Sergipe.

Os alunos foram orientados para que usassem sites confiáveis da internet, como as páginas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Com o resultado dessa pesquisa, os alunos tiveram noção da grande participação da produção agrícola da laranja no estado e no município.

Em horário extraclasse, foi feita uma visita de campo a estufas de mudas de laranjas, em vários latifúndios e em pequenos sítios produtores.

Isso possibilitou aos alunos compreenderem a importância da produção cítrica para a economia e desenvolvimento da cidade.

A aula teve o apoio da professora de História, que abordou, entre outros assuntos, a origem do nome da cidade, que surgiu em referência a uma enorme árvore de umbaúba nascida às margens do Riacho da Guia.

Pela sombra da árvore, pelas águas límpidas do riacho e por ser um acesso para quem vinha do sertão em direção ao litoral, o lugar se tornou uma espécie de pousada ao ar livre para viajantes. Essa informação era desconhecida pelos alunos.

O tema gerador, laranja, também deu condições para uma abordagem contextualizada e interdisciplinar. Cada professor, em sua especialidade, levantou problemáticas que poderiam ser abordadas a partir do tema escolhido.

O registro da visita de campo foi feito com o uso dos métodos da abordagem antropológica, como a observação e a coleta de depoimentos dos trabalhadores rurais, na forma de entrevistas não estruturadas, realizadas pelos alunos.

Também fizemos registros fotográficos de agricultores, instrumentos e materiais utilizados e etapas do processo.

Na aula seguinte, pedi aos alunos que fizessem uma busca na internet sobre a composição química da laranja e uma listagem de todas as vitaminas presentes no fruto e seus benefícios.

Tendo em mãos as fórmulas estruturais das diversas vitaminas da laranja, os alunos identificaram as funções orgânicas presentes em cada uma delas.

Em outra aula, ministrei o conteúdo de isomeria óptica. A aula começou com uma pequena dinâmica, na qual dois alunos da turma foram escolhidos para que identificassem, entre duas caixas, onde estavam a laranja e o limão, utilizando apenas o olfato.

Em horário oposto à aula, foi feita a segunda visita de campo, e, desta vez, os alunos conheceram o Centro de Distribuição da cidade. Ali, caminhões são abastecidos com as laranjas produzidas no município, que, posteriormente, são levadas para venda em outros municípios e estados.

Naquele momento, os alunos fizeram uma seleção das laranjas descartadas por não terem uma aparência favorável à sua comercialização.

Propus aos alunos que pesquisassem na internet uma estratégia de reutilização dos restos de laranja. Chegaram a conclusão de que poderiam reaproveitar o substrato desse cítrico para a produção de sabão ecológico com aroma de laranja. Pedi, então, que trouxessem receitas usadas em processos caseiros de fabricação de sabão.

A aula seguinte foi iniciada com explicações sobre a reação de saponificação, por meio da qual o sabão pode ser feito. Nas aulas seguintes, foram realizados vários testes na cozinha da escola até que se obtivesse um sabão de qualidade. Os alunos sugeriram que o final do projeto acontecesse no pátio, onde eles falariam à comunidade escolar sobre a importância da produção da laranja para o município e apresentariam as fórmulas das vitaminas presentes na laranja, identificando as funções orgânicas e seus benefícios.

Fariam ainda uma pequena conscientização sobre a importância do reaproveitamento das laranjas descartadas no Centro de Distribuição. Durante essa apresentação, foram entregues amostras do sabão ecológico de laranja produzido pelos próprios alunos, juntamente com a receita de execução.

Saiba mais

O vídeo >Alimente-se Bem: a história dos alimentos – Laranja está disponível no YouTube.

O uso do geoplano no ensino-aprendizagem da geometria plana na Escola Agrícola Terra Nova

Competência 2 | Competência 3
Área(s): Matemática.

O objetivo desta prática foi melhorar a compreensão dos alunos sobre as propriedades das figuras geométricas planas e identificar as propriedades das figuras geométricas de maneira lúdica.

Componente(s): Matemática.
Quando: Ao longo do ano letivo.
Materiais:
  • materiais de uso comum pelos alunos (caneta, caderno, etc.);
  • tábua de madeira, ou qualquer outra similar;
  • pregos;
  • borrachas ou materiais flexíveis.

Habilidades trabalhadas: EM13CNT301; EM13CNT302; EM13CNT307; EM13CNT308; EM13CNT309
Escola: Escola Estadual Terra Nova, Terra Nova do Norte (MT).
Professor(a) responsável: Vinicio de Figueiredo.

O que é:

O geoplano é uma ferramenta importante no ensino-aprendizagem da geometria plana. Por meio dele, os estudantes do 1º ano da Escola Agrícola Terra Nova, vindos do Curso Técnico em Agroecologia, compreenderam como a geometria plana está presente em suas vidas e como o conhecimento espacial os auxiliará ao longo de sua carreira profissional como técnicos.

O projeto teve como principal objetivo, exatamente, facilitar a compreensão dos alunos sobre as figuras geométricas irregulares e os cálculos de suas áreas.

O uso do geoplano oferece aos estudantes uma melhor compreensão das propriedades da geometria, bem como uma maneira de visualizar as superfícies ocupadas pelas figuras geométricas.

Em nosso projeto, o trabalho incluiu a confecção do geoplano e a resolução de atividades.

Como fazer:

A Escola Estadual Terra Nova (Escola Agrícola Terra Nova) foi fundada em 2010 num dos maiores assentamentos da América Latina, o HIJ. A comunidade sentiu a necessidade da criação de uma escola desse tipo em razão do crescente êxodo rural na região.

A escola trabalha com a chamada pedagogia de alternância. As aulas são divididas em dois tempos. O "Tempo Escola" funciona como um internato. Os alunos passam uma semana nas dependências da unidade, com aulas voltadas à base comum curricular e à base técnica do curso técnico em Agroecologia. O "Tempo Comunidade", por sua vez, é passado nas propriedades dos alunos, quando aplicam os diversos saberes técnicos, científicos ou empíricos, para sistematização posterior no ambiente da escola.

Num dos "Tempos Comunidade", os estudantes tiveram de desenhar suas propriedades rurais em escala e fazer os cálculos de medidas das áreas em metros quadrados, hectares e alqueires paulistas.

As propriedades rurais de muitos estudantes ou aquelas nas quais eles aplicaram seus conhecimentos são classificadas como polígonos regulares ou irregulares. Essa característica exigiu de muitos estudantes um conhecimento até então inédito das características da geometria plana.

Em diversos casos, essa particularidade se tornou uma barreira para a finalização do trabalho do "Tempo Comunidade". O período de diagnóstico durou duas alternâncias, e, mesmo assim, muitos alunos não conseguiram concluir seus trabalhos por causa da obrigatoriedade de decomposição das figuras geométricas e das suas propriedades para a realização dos cálculos efetivos.

Como a turma tinha cerca de 50 estudantes, era inviável para a escola ou para o professor a confecção de um geoplano. As famílias demonstraram disposição para ajudar na resolução do problema, com a confecção do geoplano durante um "Tempo Comunidade".

Foi encaminhado aos estudantes um enunciado (folha que determinava como o trabalho devia ser desenvolvido). Ele trazia o desenho, a forma e as medidas requeridas para o geoplano, bem como materiais que poderiam ser utilizados.

Diversas figuras, dos mais diferentes formatos, foram preparadas seguindo um processo simples de coordenadas do geoplano. Para a apresentação no "Tempo Escola", pediu-se um relato, em detalhes, da experiência de construção.

Em sala de aula, após a apresentação do geoplano (uso e manuseio), foi aplicada a apostila de atividades formuladas com figuras regulares e irregulares, na qual os estudantes deveriam aplicar conhecimentos prévios e dúvidas a serem sanadas em todos os âmbitos da geometria plana e suas propriedades.

Os que, por alguma razão, estavam sem seus geoplanos fizeram duplas com colegas. Aos poucos, várias figuras foram formadas, até mesmo as de suas propriedades rurais, uma maneira de compreensão visual do local onde viviam.

Além dos cálculos de áreas e medidas agrárias, os estudantes compreenderam como a participação da família é fundamental no processo de ensino-aprendizagem.

Avalio a prática e a metodologia diferenciada como uma reinvenção. As aulas apenas expositivas são, normalmente, monótonas e cansativas. O uso do geoplano entreteve os estudantes, que conseguiram, assim, visualizar aquilo que lhes era apresentado, alterando e acompanhando todos os processos de construção e definição das formas geométricas.





Saiba mais

O geoplano pode ser utilizado em diferentes anos e para diferentes propósitos, sendo útil ao ensino da Geometria, de maneira geral. Seu uso na geometria plana para o estudo dos polígonos, áreas e perímetros possibilita uma abordagem “concreta” de conceitos abstratos e a compreensão dos cálculos envolvidos.

Veja aqui como construir um geoplano:

O geoplano, as figuras geométricas e o cálculo de áreas e perímetros:

Matematicando

Ensinando Matemática


LABFIS – Iniciação Científica Física

Competência 3
Área(s): Ciências da Natureza.

Despertar nos alunos uma visão crítica sobre a investigação e a comprovação de teorias no campo científico ao relacionar teoria e prática, vinculando o trabalho intelectual com atividades experimentais.

Quando: Sem período específico.
Materiais:
  • livros didáticos para pesquisas;
  • eventualmente, materiais recicláveis para confecção dos experimentos;
  • acesso à internet para pesquisas e compras on-line.
Competências específicas: CNT- Competência 3
Habilidades trabalhadas: EM13CNT301; EM13CNT302; EM13CNT307; EM13CNT308; EM13CNT309
Escola: Centro de Ensino Jansen Veloso, Pio XII (MA).
Professor(a) responsável: Luciano José da Silva Azevedo.

O que é:

A Física, em sua definição, estuda os fenômenos naturais constantemente observados no cotidiano. A maioria das pessoas, porém, não percebe esses fenômenos. Muitos alunos do Ensino Médio pensam que a disciplina envolve somente cálculos. Trata-se de uma visão equivocada, uma vez que a Física envolve também teoria e prática.

No processo de aprendizagem é essencial que os alunos tenham contato com experiências. Sabendo dessa necessidade, nasceu o Grupo de Iniciação Científica de Física. Nele, discutimos teorias, cálculos e conhecimentos históricos que envolvem a Física, contemplando três eixos: Teoria, Cálculos e Experimentos.

No projeto, ficou evidente uma facilidade maior para se trabalhar com os alunos do turno vespertino, pelo tempo de que dispunham fora dos horários de aula, na comparação com as turmas do período noturno. Dessa forma, organizamos, em primeiro lugar, uma amostra científica dos alunos do turno vespertino.

Essa atividade serviu de inspiração para que os alunos do período noturno entendessem como é a apresentação de uma experiência. Foi necessário também planejamento e acompanhamento diferenciados do trabalho, que incluiu a pesquisa, a escolha das experiências e a apresentação.

Apesar de todas as ferramentas disponíveis, não existe uma avaliação perfeita. O que se busca é uma reflexão constante, diversificando e utilizando ferramentas para a metodologia avaliativa.

Na disciplina de Física, as avaliações são feitas normalmente por meio de provas. Elas, contudo, não conseguem mensurar efetivamente o conhecimento dos alunos. As apresentações do projeto serviram para uma avaliação mais eficiente, já que incentivaram os alunos, por exemplo, à explanação dos conhecimentos adquiridos.

A avaliação qualitativa também traz aos alunos e ao professor algumas questões:

Será que os conceitos trabalhados em sala de aula estão sendo assimilados?

Mesmo com avaliação tradicional, é possível quantificar e fazer uma reflexão do trabalho que está sendo desenvolvido?

Neste quesito, o projeto "Laboratório de Física (LABFIS)" deixou de lado formas tradicionais de mostrar o método prático, utilizando, no lugar, experimentos que ajudaram os alunos a entenderem os fenômenos da natureza.

Apesar de todas as ferramentas disponíveis, não existe uma avaliação perfeita. O que se busca é uma reflexão constante, diversificando e utilizando ferramentas para a metodologia avaliativa, por meio de instrumentos que gerem entendimento sobre a importância de se exercitar os conhecimentos teóricos, matemáticos e práticos.

O grande desafio, num cenário de salas superlotadas, é saber se todos os alunos estão aprendendo e assimilando os conhecimentos propostos.

Como fazer:

Os alunos escolhidos para o Grupo de Iniciação Científica foram divididos em cinco equipes de três ou quatro participantes. O projeto foi desenvolvido em 11 turmas. Após a divisão das equipes, foram sugeridas diversas experiências aos alunos. O objetivo era fazer com que não se desviassem dos assuntos abordados.

Cada turma trabalhou suas experiências, com apresentações semanais. Ao final de cada uma, os alunos responderam a perguntas feitas pelos colegas e pelo professor. As aulas práticas mostraram, mesmo aos estudantes com dificuldades na disciplina, que muitos conceitos físicos fazem parte do cotidiano.

Desse modo, a Física passou a ser vista de outra forma. Foi comum ouvir dos alunos que a disciplina não era tão difícil quanto haviam imaginado no início.

Após apresentarmos as experiências do LABFIS na "Semana Estadual de Ciência e Tecnologia", em Timon, percebi que poderia iniciar um Grupo de Iniciação Científica de Física.

Nele, os alunos poderiam construir experiências com nível técnico elevado. Logo no início de 2018, reuni 16 estudantes em cinco grupos. Após a escolha prévia das experiências, começamos a desenvolver miniprojetos para apresentar no “1º Ciclo de Debates do Centro de Ensino Jansen Veloso”.

Como eu ainda não conhecia a turma da 1ª série, escolhi alunos da 2ª e da 3ªséries do Ensino Médio. Todavia, o projeto realizou apresentações em todos os turnos, e também em algumas escolas municipais, englobando os conhecimentos estudados em todo o Ensino Médio.

Realizamos ainda uma extensa pesquisa nos livros didáticos, em vídeos da internet e em apresentações vistas na Semana de Ciência e Tecnologia anterior.

Depois de muita pesquisa, foram escolhidas as seguintes experiências para o Grupo de Iniciação Científica:

  • "Escavadeira Hidráulica com Controle", que utilizou o Teorema de Pascal e conceitos de pressão e força.
  • "Pássaro Equilibrista", que explicou o conceito de centro de massa e teoria das pontas.
  • "Cubo de Espelhos e Espelho Infinito", que possibilitou a observação de fenômenos como reflexão e refração da luz.
  • "Minibobina de Tesla", que explicou o campo elétrico e suas interações;
  • "Ferrofluido Caseiro", que abordou o eletromagnetismo com as linhas do campo magnético;
  • "Globo de Plasma", que tratou de conceitos eletrostáticos;
  • "Minirrobô e Robô de Linha", que apresentaram componentes usados na eletrônica;
  • "Simuladores", ferramentas visuais para a descrição e a ilustração de teorias abstratas da Física.

O projeto foi razoavelmente bem-sucedido, com 92% dos alunos alcançando notas acima do mínimo, que era 6.

O Grupo de Iniciação Científica de Física, por sua vez, não foi avaliado com a atribuição de notas. Os próprios alunos avaliaram suas apresentações, com a identificação de melhora na oratória.

Saiba mais

Os recursos para pesquisa e elaboração das atividades práticas foram responsabilidade dos alunos. O Grupo de Iniciação Científica de Física, porém, utilizou recursos próprios do professor, pois algumas experiências eram bastante elaboradas, como dois projetos de Iniciação à robótica.

O projeto LABFIS e os Grupos de Iniciação Científica de Física podem, perfeitamente, serem adaptados à realidade de outras escolas. Um bom planejamento é fundamental para essa adequação.

Os desafios, é claro são constantes. Contudo, o educador deve estar preparado para a correção de problemas e aprimoramentos nas aplicações seguintes do projeto.

Caso a escola não tenha acesso à internet, o professor deve auxiliar os alunos no processo de pesquisa. Para os experimentos mais elaborados, alguns itens podem ser comprados em lojas virtuais.

Com esse tipo de projeto, de incentivo à pesquisa científica, os professores têm condições de mudar o cenário educacional da escola. Como resultado, verão alunos mais interessados, com a consequente melhora nas notas escolares.

Outras ideias:

Para acompanhar o apoio teórico usado pela autora do projeto, o professor poderá fazer a leitura do livro “Letramento Literário: teoria e prática”, de Rildo Cosson, com destaque para o capítulo “Sequências Didáticas para o Oral e a Escrita: apresentação de um procedimento”.


Laboratório Vivo

Competência 2 | Competência 3
Área(s): Ciências da Natureza.

Os objetivos desta prática foram compreender a importância do replantio e do processo de arborização para diminuir os efeitos do superaquecimento global, promover o plantio de sementes, a produção de mudas e a produção da horta escolar, além de propiciar a doação de mudas à comunidade.

Quando: Sem período específico.
Materiais:
  • textos;
  • livros didáticos de biologia, geografia e química;
  • vídeos/documentários;
  • lixa e martelo (para escarificação das sementes);
  • solução de ácido sulfúrico (para a quebra de dormência);
  • saliva (para a quebra de dormência);
  • copos descartáveis;
  • adubo orgânico (esterco de gado);
  • saquinhos para mudas;
  • terra de barranco;
  • areia;
  • sementes;
  • material de horta (enxada, rastelo, enxadão, regador, pá).
Competências específicas:
CNT – Competência 2; Competência 3
Habilidades trabalhadas: EM13CNT202; EM13CNT203; EM13CNT206; EM13CNT301.
Escola: Colégio Estadual Oséas Borges Guimarães, Goiatuba (GO).
Professor(a) responsável: Paula Rosa de Sousa Prado.

O que é:

Minha escola se tornou Centro de Ensino em Período Integral em 2018. Dentre as diversas disciplinas, temos as eletivas, que consistem em projetos semestrais para aperfeiçoar o aprendizado em alguma disciplina do núcleo comum. Ao ser contemplada com uma disciplina eletiva, elaborei o projeto “Laboratório Vivo”, que envolveu conteúdos de Biologia, Química e Geografia, todos eles voltados para a educação ambiental, assunto que tem relação com vários problemas vividos pela população de Goiatuba. A abordagem do tema foi diferenciada, mesclando teoria e prática dentro de duas áreas da Biologia: a Ecologia e a Biotecnologia.

Nos últimos anos, vêm aumentando as áreas da cidade degradadas pelo desmatamento resultante do aumento das áreas destinadas à agricultura e à pecuária.

Penso que ações de educação ambiental nas escolas são fundamentais para sensibilizar os jovens sobre a importância da conservação dos recursos naturais, contribuindo para a sustentabilidade.

Acho importante que as pessoas conheçam o bioma onde vivem, saibam as características do solo e do clima, e como isso influencia a fauna e a flora.

Também acredito que todos devem saber como cuidar da vegetação, já que as plantas têm grande importância para a sobrevivência dos seres vivos, produzindo, juntamente com as algas, o oxigênio utilizado no processo de respiração dos seres aeróbios, sintetizando a energia que é a base da cadeia alimentar e retirando da atmosfera o dióxido de carbono.

Como fazer:

O projeto foi realizado com 24 alunos da 1ª, 2ª e 3ªséries do Ensino Médio. A maior dificuldade encontrada foi preparar conteúdos que promovessem um aprendizado igualitário para todos os alunos.

No início das aulas, realizamos um diagnóstico do tema que seria trabalhado durante as aulas. Fizemos isso numa roda de conversa, na qual todos os alunos falaram o que sabiam sobre o assunto e sobre o que esperavam aprender.

Os pontos citados pelos alunos foram anotados no quadro e discutidos com toda a turma. O primeiro diagnóstico foi feito em duas aulas, de 50 minutos cada uma.

A partir desse diagnóstico foi possível planejar a metodologia para as aulas seguintes. Sabendo que a educação ambiental já é um tema muito trabalhado nas escolas, procurei abordá-la de forma diferenciada, mesclando teoria, pesquisa científica e atividades práticas.

Sabendo que a educação ambiental já é um tema muito trabalhado nas escolas, procurei abordá-la de forma diferenciada, mesclando teoria, pesquisa científica e atividades práticas.

A definição dos conteúdos se deu a partir dos objetivos propostos. Em Biologia, os escolhidos foram: "Estudo das Algas e Plantas", Desequilíbrios Ambientais" e "Biotecnologia". Em Geografia, por sua vez, selecionamos "Biomas Brasileiros: cerrado", "Problemas Ambientais no Cerrado" e "Estudo dos Solos". Para Química reservamos "Fenômenos Físicos e Químicos" e "Ácidos e Bases".

Definidos os conteúdos, comecei a pesquisar formas de alcançar os objetivos propostos. Para isso, organizei um cronograma de atividades.

O trabalho foi dividido em nove etapas: aulas teóricas, escolha das espécies de plantas a serem cultivadas, pesquisa no laboratório de informática, experimentos para promover quebra de dormência das sementes, plantio das sementes, preparo do solo para o plantio da horta, plantio da horta, adubação e irrigação dos cultivares.

Durante o projeto foram abordados diversos temas, entre eles, biomas brasileiros (em especial o cerrado), problemas ambientais decorrentes do desmatamento, importância das plantas para os seres vivos, processo de quebra de dormência de sementes, germinação e produção de mudas, e importância do solo, da adubação e da irrigação. As aulas teóricas foram complementadas com pesquisas científicas e atividades práticas.

À medida que uma etapa era concluída, outra se iniciava. Como minha disciplina tinha apenas duas aulas por semana, alguns alunos aceitaram ir à escola aos sábados para irrigar os cultivos e continuar o planejamento.

Conseguimos, por exemplo, quebrar a dormência da espécie Ormosia arborea, e produzir mudas a partir das sementes, algo difícil até para pesquisadores.

Para garantir a participação dos alunos, dividi a turma em grupos. Cada um ficou responsável por uma pesquisa, por um cultivo e pela adubação ou irrigação. Semanalmente, fazíamos a rotação dos grupos, para que todos trabalhassem em todas as áreas do projeto. Dessa forma, obtive quase 100% de participação dos alunos e grande integração entre eles.

Numa semana, um grupo esqueceu de irrigar o cultivo de acerola e as mudas morreram. Na semana seguinte, o outro grupo que seria responsável por aquele cultivo teve de replantar as sementes, atrasando o trabalho. Aproveitei essa falha para trabalhar o conceito de responsabilidade e divisão de tarefas.

Alguns alunos demonstraram um conhecimento maior sobre determinada área. Nesses casos, eram selecionados como líderes dos grupos, com a missão de transmitir informações aos colegas, como numa monitoria.

Os líderes não eram fixos nos grupos, mudavam de acordo com o que fosse trabalhado em aula.

Conseguimos uma parceria com o Programa Nacional de Aceso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que ofereceu aos alunos o curso "Horticultor Orgânico".

Finalizamos o trabalho com uma visita à Feira AgroTecnoleite Complem, na cidade de Morrinhos. Na oportunidade, os alunos conheceram técnicas de cultivo e adubação.

Os momentos mais significativos do trabalho foram a germinação das sementes e, posteriormente, a utilização das hortaliças produzidas.

Outro marco foi quando alguns alunos relataram, durante as rodas de conversa, que as atividades desenvolvidas em sala de aula tinham ajudado no processo de escolha de suas profissões futuras.

As práticas experimentais associadas ao conhecimento teórico são ferramentas importantes para a construção do conhecimento. Em sala de aula, esse conhecimento pode ser medido de forma quantitativa ou qualitativa, dependendo dos objetivos propostos.

Meu projeto foi desenvolvido numa disciplina que mede o conhecimento dos alunos por meio de conceitos. Por isso, foram adotados métodos qualitativos de avaliação.

Nas aulas teóricas, a aprendizagem foi aferida pelas participações dos alunos nas discussões e nos debates. As aulas práticas, por sua vez, foram avaliadas pelos resultados obtidos com os experimentos e pelo envolvimento nas atividades propostas.

Por causa das atividades práticas, os alunos ficaram mais empenhados e participativos durante as aulas teóricas, pois precisavam de conhecimentos prévios para realizar seus experimentos.

Isso mostra que esse tipo de atividade pode ser um diferencial para a efetiva aprendizagem, tornando-se também uma oportunidade para que professor reveja a abordagem de temas que não foram compreendidos pelos alunos nas aulas teóricas.

De modo geral, eles tiveram um bom aprendizado, demonstrando capacidade para reconhecer as características do cerrado e as consequências do desmatamento. Conseguiram ainda produzir mudas a partir de sementes e cultivar plantas, garantindo a adubação e irrigação necessária.

Saiba mais

O professor poderá incluir discussões sobre o uso de agrotóxicos e as consequências do consumo de tais produtos, valorizando produtos orgânicos. Tais discussões podem ser provocadas a partir do documentário O Veneno está na Mesa, disponível no YouTube.

Auschwitz: 70 anos depois e o discurso do silêncio

Competência 1 | Competência 3 | Competência 5
Área(s):Linguagens; Ciências Humanas e Sociais.

Esta prática teve como objetivo constituir um método de pesquisa que possibilitasse aos alunos compreenderem as condições do discurso em cartas escritas em campos de concentração e considerar os condicionantes sociais, históricos e ideológicos da produção dos enunciados, utilizando conceitos da análise do discurso de linha francesa.

Quando:
No decorrer do ano letivo.
Materiais:
  • livros;
  • filmes;
  • documentos epistolares.
Competências específicas:
LGG – Competência 1; Competência 3
CHS – Competência 1; Competência 5
Habilidades trabalhadas:

EM13LGG101; EM13LGG102; EM13LGG103; EM13LGG302; EM13CHS101; EM13CHS102; EM13CHS103; EM13CHS502; EM13CHS503; EM13LGG101; EM13LGG102; EM13LGG103; EM13LGG302; EM13CHS101; EM13CHS102; EM13CHS103; EM13CHS502; EM13CHS503; EM13LP03; EM13LP05; EM13LP07;

Professor(a) responsável: Plinio Pereira Filho.
Escola: EEEFM Professor Getulio Cesar Rodrigues Guedes, Pedras de fogo (PB).

O que é:

Este projeto surgiu associado à passagem dos 70 anos do fim da 2ª Guerra Mundial, evento histórico marcado pela ocorrência de um dos maiores genocídios na história da humanidade.

Como fazer:

Após aplicação de sondagem avaliativa, percebi uma grande deficiência dos alunos na produção escrita. Observei neles, ainda, timidez e falta de vocabulário.

Durante uma semana, vimos fotos e vídeos sobre a Polônia, fato que despertou interesse pelo conteúdo.

Propus, então, uma rodada de leitura, escrita e debates sobre a 2ª Guerra Mundial.

As obras escolhidas para leitura foram "Holocausto", de Ben Abrahan; "Os Nazistas e a Solução Final", de Mark Roseman; "A Assustadora História do Holocausto", de Michael R. Marrus; "O Holocausto: uma história dos judeus da Europa durante a Segunda Guerra Mundial", de Martin Gilbert; "História da Gestapo: tráfico e crimes", de Jacques Delarue; e "Auschwitz – o Testemunho de um Médico", do Dr. Miklos Nyiszli.

As leituras foram distribuídas por grupos de quatro alunos. Cada aluno seria responsável pela leitura e pelo fichamento de seu respectivo capítulo.

Semanalmente, eu sanava dúvidas sobre o andamento da leitura e da produção escrita.

Adicionalmente, reservamos momentos para vermos e discutirmos filmes. Essas atividades foram completadas com a realização de seminários.

A segunda etapa do projeto consistiu na leitura de alguns teóricos para que os alunos compreendessem a formação discursiva em documentos epistolares.

Para tanto, utilizamos, por exemplo, os estudos teóricos do sujeito, com base em textos de Bauman; e as formas de interdição e controle do discurso, a partir dos postulados de Michel Foucault em "A Ordem do Discurso". Também consultamos a obra "As Formas do Silêncio", de Eni Orlando.

Esses livros foram fundamentais para começarmos a entender a constituição do "sujeito judeu" a partir de seus registros escritos em campos de concentração.

Na sequência, organizei e apresentei um seminário em que discutimos os mecanismos de controle do discurso nos campos de concentração.

O seminário ministrado usou como uma referência o artigo “A Palavra Interditada nas Cartas de Campos de Concentração Nazista”, apresentado durante o 3º Colóquio Nacional de Linguagem e Discurso, realizado em 2013 na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN).

A terceira etapa do projeto teve como prioridade a análise de alguns documentos epistolares do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. A atividade foi importante para que os alunos produzissem seus textos de opinião.

Na quarta etapa, buscamos compreender mais o "sujeito prisioneiro" e sua historicidade, utilizando, para tal, os registros feitos no campo.

Com base nos documentos traduzidos, percebemos os mecanismos de interdição do "dizer" e os meios que geraram essa situação. Assim, notamos "mais dizeres" em seu silenciamento.

Após uma longa discussão sobre as formas de silêncio nos documentos epistolares, os alunos notaram que havia uma mesma materialidade discursiva na produção epistolar dos campos.

Observamos essa prática nas cartas escritas nos campos de Sachenhausen (Alemanha), Gusen (Áustria), Dachau (Alemanha) e Auschwitz (Polônia). A etapa foi finalizada quando os alunos produziram textos de opinião, entrevistas e memórias.

Na quinta e última etapa já havia uma mudança de atitude dos alunos em relação à leitura e ao interesse pelo gênero "carta".

Para o fechamento do projeto, reproduzimos um campo de concentração no corredor de acesso à biblioteca, usando madeira e arame farpado.

Montamos dois ambientes de visitação. A biblioteca serviu para exibirmos todo o material trabalhado no projeto, como documentos epistolares, livros, filmes e cartas. Já o laboratório foi o ambiente de apresentação dos resultados das leituras e de fala sobre a ideologia nazista, personagens e experiências feitas em humanos dentro dos campos de concentração.

Saiba mais

No desenvolvimento do projeto, utilizamos a seguinte filmografia:

"A lista de Schindler";

"O Pianista";

"O Diário de Anne Frank";

"O Menino do Pijama Listrado";

"Bastardos Inglórios";

"Operação Valquíria";

"A Queda: as últimas horas de Hitler";

"A Resistência";

"Auschiwitz: a fábrica da morte do império nazista";

"The Nazis: um alerta da história";

"Auschwitz: the nazis & the final solution";

"Hitler at War: 1939-1945 (a newsreel history);

"Memory of the Camps".


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