Xadrez na escola: uma nova prática esportiva
Esta prática teve como objetivo oferecer o xadrez como atividade esportiva, ampliando a vivência esportiva dos alunos e tendo como referência a proposta pedagógica da escola. Além disso, contribuir para o bom rendimento escolar, a redução da evasão dos alunos, a atenção, a concentração e a capacidade de raciocínio nas tarefas escolares.
Educação Física
Quando:No decorrer do ano letivo.
Materiais:- tabuleiros de xadrez;
- filmes.
EF67EF05; EF67EF07; EF89EF03; EF89EF04; EF89EF06.
Anildo do Nascimento.
Escola:Escola Municipal de Educação Básica Professor Antonio Vitor Barbosa, Girau do Ponciano (AL).
O que é:
O projeto envolveu a prática do xadrez por sua capacidade em contribuir para aumentar, nos alunos, a concentração, a atenção e a resolução de tarefas, e melhorar o comportamento, o respeito e a convivência.
Como fazer:
O projeto foi desenvolvido em seis etapas:
Foi caracterizada pela apresentação do projeto (sensibilização) em sala de aula, com a descrição do desenvolvimento da iniciativa e de como seriam obtidas as primeiras informações.
Como se tratava de uma intervenção que acontecia desde 2014, alguns alunos já tinham conhecimento sobre ela.
A aceitação foi boa, principalmente quando falei que haveria também campeonatos de xadrez entre os alunos.
Foi a etapa de produção teórica (contexto histórico) sobre o xadrez. Realizada em duas aulas, essa atividade foi o momento de exploração da parte teórica do xadrez.
Destaquei a origem e a história da modalidade, que teve a contribuição da China, da Índia e dos antigos persas, antes de chegar na Europa. No início, o jogo se chamava chaturanga. O rei era rajá e a rainha, mantri.
Hoje, o xadrez é conhecido e praticado no mundo todo. Suas regras passaram por gerações sem perderem sua essência
O xadrez é reconhecido como esporte, jogo, lazer, arte e cultura corporal.
A escrita no quadro trouxe aspectos do formato do tabuleiro e das posições de cada peça – semelhantes à formação de um exército.
As peças localizadas na frente (os peões) estavam ali por sua falta de poder e de posses. Eram os soldados, que tinham como tarefa proteger o rei e a rainha nas guerras e nos conflitos.
Colocada na parte de trás do tabuleiro, a realeza tinha a companhia das torres, dos cavalos e dos bispos, estes últimos, representantes do povo.
Expliquei aos alunos que a capacidade de movimento no tabuleiro levava em consideração o poder que cada “peça” tinha à época.
No final da segunda aula, foi produzido um exercício discursivo sobre o contexto histórico do xadrez.
Nessa fase, o foco foi a construção e a leitura do tabuleiro, com duração de três aulas. Fizemos desenhos do tabuleiro e solicitei aos alunos que repetissem a operação em seus cadernos.
Também mostrei o número de casas do tabuleiro, as peças, as casas brancas e pretas e as colunas e fileiras. O número de diagonais, quadrados etc. evidencia a relação do xadrez com a história e a matemática.
Os alunos confeccionaram cartazes com desenhos dos movimentos básicos das peças e os colaram na parede da sala. Na última aula, foi feita uma prova para testar os conhecimentos dos alunos.
Fizemos a exibição de documentários sobre xadrez, atividade muito útil, principalmente para as turmas do 6º e 7º anos, que viram jogos de xadrez pela primeira vez. Em duas aulas, mostrei também o documentário “Vida em Miniatura” , que aborda a relação entre o xadrez e a nossa vida. Ao final, fizemos uma roda de conversa sobre o vídeo.
O foco foi a produção das oficinas de xadrez. Essa etapa ocupou 12 aulas das turmas iniciantes e seis aulas das turmas intermediárias.
Segundo os alunos, essa fase foi a mais importante, pois representou o momento das oficinas e da prática. Ou seja, o momento de aprender os primeiros movimentos do xadrez e de ampliar as possibilidades para aqueles que já conheciam a modalidade.
Com os iniciantes, começamos com um estudo do tabuleiro, das peças e dos movimentos básicos. Os alunos do 6º ano tiveram mais dificuldades em aprender as jogadas das peças com maior “poder” de movimentação num único lance, como o rei e a rainha. Outra peça que confundiu a turma foi o cavalo, que pode se movimentar em “L”.
A turma também sentiu dificuldade ao fazer lances com os peões, que têm dois movimentos: para frente (uma ou duas casas) e na diagonal (para capturar a peça do adversário).
Após três ou quatro aulas, percebi que muitos ainda tinham dificuldades. Os alunos do 6º e 7º anos continuavam confundindo movimentos do xadrez com os do jogo de damas. Percebi também que muitos alunos tinham o hábito mover as mesmas peças, numa espécie de “vai e volta”.
A partir das aulas seguintes, os alunos do 6º e 7º anos começaram a apresentar mais habilidade e conhecimento. Já montavam as peças nos lugares corretos e realizavam os movimentos pelo tabuleiro.
Não tinham, porém, uma boa noção de espaço, tempo, organização e estratégia de jogo para capturar o rei adversário.
Fizemos torneios por sala e entre as classes. As turmas do 8º e 9º anos estavam mais familiarizadas com o xadrez, por terem mais vivência com a prática esportiva.
Os alunos dessas turmas vêm, a cada ano, ampliando as possibilidades de estratégias de ensino associadas ao xadrez. Eles têm mais organização e maior capacidade de liderança, autonomia e estratégias para a captura das peças adversárias.
Mesmo assim, na primeira oficina, fiz uma revisão básica para orientar os alunos sobre as atividades.
A escola comprou mais dois jogos de xadrez para usarmos no torneio. Durante a competição, incluí os alunos do 9º ano como árbitros. O torneio entre as classes envolveu quatro turmas – 6º, 7º, 8º e 9º anos. Os jogadores foram divididos em quatro grupos de 16 alunos cada. Os eliminados passaram a ajudar o professor na arbitragem.
Saiba mais
Um ponto importante no desenvolvimento das atividades foi a participação de quase todos os alunos, numa demonstração de interesse em aprender.
Foram realizadas também avaliações somativas, com a produção de exercícios sobre a história do xadrez, a estrutura do tabuleiro e os sistemas táticos de jogo. Os exercícios foram incorporados nas atividades avaliativas de Educação Física das turmas.
Outra forma de avaliação foram as produções de cartazes sobre os movimentos básicos do xadrez. Vale ressaltar que, durante os torneios, as turmas também foram avaliadas de acordo com o processo formativo, o que significou não haver punição aos que não passaram às finais. Isso porque foram usados como aspectos de análise a participação e o envolvimento dos alunos com o projeto.
O professor poderá elaborar metas coletivas relacionadas à preservação da saúde, a práticas esportivas e à alimentação. Um desdobramento concreto poderá ser a criação de uma horta comunitária para abastecer a cozinha da escola, transformando princípios em ações práticas de responsabilidade coletiva.