Projeto Sacola Viajante – Literatura Infantil
Esta prática propõe ampliar a imaginação e incentivar nas crianças a descoberta do universo da literatura infantil, confrontando realidade e fantasia. Além disso, ela auxilia no desenvolvimento do gosto pela leitura e por histórias, estimulando também o lúdico e o faz de conta.
De março a maio de 2018.
Materiais:- sacola decorada;
- livros de literatura infantil.
EI02EF03; EI02EF04; EI02EO02; EI02EO03; EI02CG05; EI02EF05;
Jucicleia Costa de Lima.
Escola:Centro de Educação Infantil Primeiros Passos, Novo Progresso (PA).
O que é:
O projeto consistiu na leitura de obras literárias infantis vivenciadas pelas crianças na família e na Educação Infantil. Nessa experiência, houve a alternância do sujeito mediador da leitura: criança ou professora, na instituição escolar, e pais e parentes no contexto do lar.
Como fazer:
Todos os anos, inserimos no planejamento anual projetos relacionados à leitura, como forma de as crianças desenvolverem esse hábito desde pequenas.
Como a leitura é o caminho mais importante para chegar ao conhecimento, é necessário que as crianças se familiarizem com os livros desde o primeiro ano de vida.
Todo bebê nasce apto à fala, um processo natural do desenvolvimento humano. No entanto, ninguém nasce leitor. Para que isso aconteça, é preciso incentivar o gosto pela leitura desde a creche.
O projeto de leitura “Sacola Viajante – Literatura Infantil” teve início a partir da minha inquietação. Como professora, sempre observei resistência e falta de interesse dos alunos nos momentos de leitura de textos literários.
Pela importância do tema, o projeto também foi estendido aos pais, para que ajudassem em sua concretização.
Durante três meses, a "Sacola Viajante" seguiu para a casa dos alunos. Ela continha livros de literatura infantil, lápis de cor, desenhos dos contos literários para pintar e um pequeno relato sobre o projeto. A cada semana, três crianças das turmas da manhã e da tarde levavam para casa a sacola com livros.
Selecionados pelas professoras, os títulos dos livros eram trocados semanalmente. Havia também a verificação dos desenhos, observando-se a participação ou não das famílias na proposta de leitura.
O projeto foi apresentado aos pais numa reunião escolar. Naquele momento, discutimos também a importância do ato de ler e o papel das famílias no processo de desenvolvimento do gosto pela leitura.
Alguns combinados foram estabelecidos para que o projeto caminhasse de forma satisfatória. Os principais foram os seguintes:
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cada “Sacola Viajante” deveria ser retirada e devolvida na escola por algum responsável pelo aluno;
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a sacola seria de uso coletivo, sendo indispensáveis, portanto, o cuidado e o zelo com ela e com os materiais;
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caso uma criança, por falta, não conseguisse devolver a sacola no dia definido, os responsáveis deveriam fazer a entrega na escola;
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os livros de literatura seriam diferentes para cada criança para que se cumprisse o objetivo de ampliar o repertório de histórias;
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a leitura deveria ser feita em casa por algum adulto. A criança acompanharia a leitura, vendo as imagens e discutindo sobre o conteúdo;
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caso desejasse, a criança poderia tentar a leitura, mas tendo sempre um adulto a ajudá-la na interação com a história e as imagens;
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para que fosse prazerosa, a leitura deveria ser feita num lugar aconchegante;
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após a devolução da sacola, o aluno, caso conseguisse, poderia ler o livro para a turma. Mas essa não seria uma obrigação. Em situações de desconforto da criança, a leitura seria assumida pela professora.
Destaques da experiência
Embora o projeto tenha ocorrido ao longo de três meses, ele tem potencial para se tornar um projeto institucional, acontecendo durante todo o ano. O desenvolvimento da criança como leitora exige que a rotina pedagógica estabeleça continuidade, regularidade e condições para a aquisição do hábito.
A sacola carregava, entre outros materiais, desenhos para que as crianças pudessem colorir, mas é interessante que elas próprias decidam como fazer os registros. Podem, por exemplo, em vez de colorirem um desenho pronto, escreverem uma indicação do livro para outras crianças da turma, usando, para isso, suas próprias linguagens, hipóteses e ideias sobre como se escreve.
Tais escritas podem compor um painel, a ser colocado, por exemplo, próximo à biblioteca da sala, para que seja consultado por outras crianças leitoras.
As crianças podem desenhar apenas os personagens. Com a ajuda da professora, as figuras podem ser recortadas e fixadas em bases de palito de sorvete ou em outras estruturas que possibilitem manuseio, como em um teatro de fantoches.
Com o tempo e a regularidade, as crianças vão se tornando "frequentadoras" mais assíduas da biblioteca da creche, podendo, elas mesmas, contarem suas histórias favoritas às crianças de outras salas, sempre com o apoio das ilustrações dos livros e do suporte da professora.