JK Jornal Kennedy: produção de reportagens e jornal digital como recurso de ensino-aprendizagem
Trabalhar o gênero reportagem e os recursos tecnológicos para impulsionar o amadurecimento do domínio discursivo de leitura, a oralidade e a escrita. Além disso, fornecer subsídios para desenvolver o senso crítico, a sensibilidade estética, a imaginação, a criatividade dos alunos e a promoção da consciência crítica no uso da linguagem e na utilização do celular.
Quando: Atividade a ser realizada em qualquer momento do ano letivo. A experiência relatada durou dois meses.
Materiais:
- computadores;
- celulares para filmagens e entrevistas;
- datashow;
- televisão;
- caderno;
- papel;
- materiais para escrever.
Habilidades trabalhadas: EF69LP01; EF69LP03; EF69LP05; EF69LP06; EF69LP07; EF69LP08; EF69LP10; EF69LP11; EF69LP12; EF69LP13; EF69LP14; EF69LP15; EF69LP16; EF69LP17; EF69LP19; EF67LP03; EF67LP04; EF67LP08; EF67LP14; EF89LP01; EF89LP05; EF89LP07; EF89LP12; EF89LP13.
Professor(a) responsável: Natalia Onesko.
O que é:
Este trabalho foi desenvolvido em 2018 com a turma matutina do 9º ano. De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná – Língua Portuguesa, é tarefa da escola possibilitar a participação dos alunos em práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, a fim de inseri-los nas diversas esferas de interação.
O trabalho com as reportagens e o telejornal digital na escola possibilitou aos alunos contato com múltiplas linguagens e formas de expressão em situações de comunicação real. Trabalhamos, ao mesmo tempo, a escrita, a oralidade e a expressão corporal, além da cooperação e do reconhecimento às produções dos colegas.
Criar um telejornal possibilitou a cada aluno ser um produtor de informação – e não só um consumidor. Por meio de situações reais de leitura e escrita, os jovens puderam observar seu entorno e refletir sobre isso. Com isso, eles desenvolveram o senso crítico, a sensibilidade estética, a imaginação e a criatividade.
Esse tipo de atividade pode suprir a necessidade por novidades, ao gerar diferentes fontes de conhecimento e ser uma possibilidade para que os alunos, de forma dinâmica, saibam mais sobre o lugar onde vivem.
Considerado o vilão das salas de aula, o celular se tornou material didático importante. Ele foi usado para fazer as filmagens das entrevistas e também para editar os vídeos.
No início, levei várias reportagens escritas para que fossem trabalhadas a leitura, a compreensão, e a interpretação, além das características do gênero. Nas aulas seguintes, mostrei exemplos de reportagens de TV com temas de interesse dos alunos. A experiência serviu como inspiração para o debate e para aproximar os alunos do gênero textual e da própria organização e produção de conteúdos jornalísticos.
Nosso objetivo foi produzir, em grupos e com o uso de ferramentas digitais, um jornal que não só articulasse o estudo do gênero literário das reportagens e da produção jornalística, mas também proporcionasse aos alunos um espaço de atuação em relação aos problemas da cidade e do entorno da escola.
No total, os alunos produziram seis reportagens. A etapa final foi a gravação do jornal digital “JK” (Jornal Kennedy), com as reportagens produzidas por eles, além de comerciais sobre os livros lidos e a previsão do tempo.
Como fazer:
Considerando as ações previstas no Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, tudo ocorreu dentro do planejado.
Em meados de março, apresentei o projeto aos alunos, deixando claro quais seriam os objetivos. Em sala de aula, utilizei atividades, vídeos, slides e jornais.
Realizamos atividades de leitura, compreensão e interpretação, análise e, ao final, a produção de reportagens escritas e filmadas pelas equipes.
Além de caracterizar a reportagem como gênero textual, orientei os alunos a interpretarem os textos. Usei, para tal, estratégias de compreensão leitora. Durante o processo, realizamos diversas atividades para que o gênero fosse apreciado, analisado e vivenciado pelos alunos.
Apresento abaixo o passo a passo do que foi trabalhado e os resultados obtidos com a implementação do projeto.
As primeiras aulas tiveram o objetivo de analisar o conhecimento prévio dos educandos sobre o gênero reportagem. A primeira iniciativa foi uma discussão oral, com o levantamento de hipóteses.
Depois da sensibilização dos alunos para que conhecessem o conteúdo com o qual iriam trabalhar, foi essencial entender como acontecimentos cotidianos podem ser narrados por um repórter. Foi usada a reportagem “Teclar Demais no Celular pode Causar WhatsAppinite”.
Os alunos ouviram a leitura da reportagem, acompanharam as imagens no livro didático e participaram de um animado debate. Não esperava que eles se interessassem tanto pelo tema proposto.
Isso se deu, talvez, pelo fato de a reportagem abordar um assunto da atualidade e relacionado com os adolescentes.
Em seguida, os alunos fizeram as atividades de compreensão e interpretação da reportagem.
Apresentei várias reportagens para facilitar o reconhecimento do gênero. Dividi a turma em grupos. Cada um deles escolheu um tema de acordo com seu interesse. Analisamos uma reportagem para que fossem respondidas as seguintes questões: “O que aconteceu?”, “Onde?”, “Quando?”, “Como?”, “Quais os envolvidos?”, “Qual a razão do ocorrido?”.
Ao longo de duas aulas, trabalhamos a parte escrita da reportagem, a visual e o conteúdo. Como o objetivo final era a produção de um conteúdo audiovisual, exibi algumas reportagens de TV. Ao final, debatemos os assuntos abordados.
O passo seguinte foi explicar como seria o trabalho e dividir as equipes (seis ao todo). Na sequência, cada equipe se reuniu para discutir qual seria o assunto de sua reportagem.
Foi uma atividade bem difícil, já que a nossa localidade é pequena e não tem muita coisa que chame a atenção. Cada equipe escolheu seu tema. As pautas definidas foram sobre segurança pública, saúde pública, política, lazer, um jovem de destaque e um prato típico da cidade.
Nos grupos, os alunos definiram seus papéis. Uma dupla ficou responsável pela escrita do texto; um aluno foi repórter e outro fez a filmagem e as fotos. Em seguida, os jovens produziram as perguntas (o roteiro).
Depois dessa parte resolvida, todos foram a campo. No contraturno escolar, os alunos entraram em contato com as pessoas definidas para participar de suas reportagens. Todas as orientações foram dadas durante a aula, com algumas dúvidas sanadas via WhatsApp.
Editada num celular, a primeira reportagem ficou pronta na semana seguinte. Ao final do processo de edição dos trabalhos, os grupos já começaram a se envolver com a organização da segunda edição do “JK”. Nesse processo, três alunos ficaram como “jornalistas”. Dois meninos e uma menina assumiram a produção das publicidades (propagandas dos livros lidos por eles durante o trimestre), enquanto uma garota se responsabilizou pelo quadro sobre previsão do tempo.
Levei ternos e gravatas para os jornalistas. Um grupo ajudou na montagem do cenário. A participação dos jornalistas e a previsão foram gravadas na classe. Os comerciais dos livros, por sua vez, foram feitos na Biblioteca Cidadã Helena Kolody.
Usamos os celulares dos alunos para as gravações e edições. Apenas a edição final foi realizada no meu notebook.
Ao final, os conteúdos produzidos foram os seguintes:
- entrevista com o sargento da cidade sobre segurança pública;
- entrevista com o dono de um bem-sucedido salão de beleza para a seção “Jovem Destaque”;
- entrevista com uma enfermeira da Unidade Básica de Saúde sobre o atendimento na cidade;
- entrevista com o prefeito sobre a conjuntura política e sobre obras no município;
- entrevista com o proprietário de um parque aquático para a sessão “Área de Lazer”;
- reportagem sobre o prato típico da cidade.
Após a edição pronta, no dia 16 de maio de 2018, apresentamos no datashow o “JK” para todos os alunos e para a equipe pedagógica.