Empreender, aprender, tecer e ser: por um mundo mais justo e melhor!
Esta prática pretendeu focar na interpretação de problemas matemáticos e na produção de textos, envolvendo a ação no contexto da realidade do bairro da escola. Além disso, trabalhar com o tema “Empreendedorismo”, partindo de um olhar sobre a periferia, onde está localizada a escola, considerando a grande quantidade de famílias afetadas pelo desemprego.
Quando: Em qualquer momento do ano letivo.
Materiais:
- televisão;
- acesso à internet (no laboratório de informática, se possível);
- caixas de papelão;
- material para maquete sustentável, como sucata e material reaproveitado.
Professor(a) responsável: Antonieta Schimith Manhaes.
O que é:
A turma do 4º ano B da Escola Maria Guilhermina de Castro, em Cariacica (ES), é composta de vários alunos de periferia, cuja base econômica são os pequenos comércios e prestadores de serviço. Por isso, foi de extrema importância pensarmos num trabalho pedagógico baseado no tema “Empreendedorismo".
O planejamento foi dividido em quatro etapas. Tivemos, por exemplo, a apresentação de vídeos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (SEBRAE), pesquisas, texto coletivo, confecção de maquete sustentável e exposição dos trabalhos.
Dando continuidade ao estudo do livro didático de Geografia, cujo assunto era o comércio nas cidades, foi proposto à turma o planejamento de um negócio próprio (comércio ou serviço).
Para esse desenvolvimento, utilizamos a galeria de vídeos do SEBRAE e os conteúdos do nosso livro didático.
No início do trabalho, usei estratégias de incentivo ao empoderamento dos alunos, por meio de conversas e explicações dos conteúdos. Procurei também estimular esses jovens para que se tornassem protagonistas de suas vidas.
Para reforçar essa ação, apresentei histórias de pessoas conhecidas ou por eles desconhecidas.
Ao longo do tempo, os professores de Arte e Educação Física foram convidados a participar do projeto.
A partir de relatos dos próprios alunos, coletamos, na sala de aula, informações sobre produtos e serviços existentes nas comunidade. Um aluno, por exemplo, comentou sobre os pães caseiros feitos pela mãe – ingredientes, tempo de preparo etc.
Outro estudante mencionou uma tia, que prestava serviços como cuidadora.
Como fazer:
As etapas do trabalho foram estruturadas com auxílio da pedagoga da escola. Considerando que os diagnósticos já haviam sido realizados no primeiro mês letivo, a primeira etapa do projeto aconteceu em apenas duas semanas, no espaço de tempo entre a apresentação da proposta, com base nos vídeos, e a formação de duplas de trabalho.
A segunda etapa consumiu uma semana. Seu foco foi o desenvolvimento do projeto de empreendedorismo de cada dupla.
Em casa, os alunos pesquisaram sobre as potencialidades de cada família. Na sala de aula, discutimos como essas potencialidades poderiam ser canalizadas.
Os alunos construíram um texto coletivo sobre empreendedorismo. Como complemento, um gráfico do tipo "pizza" foi elaborado para mostrar a divisão entre os alunos que, como tema, optaram pelo comércio e pela prestação de serviços.
Texto e gráfico construídos, foi proposto um levantamento entre os moradores da comunidade sobre os comércios e prestadores de serviços mais conhecidos no bairro escolar.
Com esses dados, trabalhamos numa maquete plana, construída com uma caixa de sapatos. Nela, representamos o bairro, com seus comércios e serviços.
Os demais alunos da escola foram convidados a visitar a maquete, exposta num corredor. Tendo como referência a miniatura construída, os estudantes foram convidados a pensar, novamente, sobre suas ideias originais de empreendedorismo. Os alunos deveriam confirmar ou mudar as escolhas. Também foram incentivados a formar novas duplas de trabalho. Essa parte do projeto durou duas semanas.
Os alunos que tiveram seus planos de negócio (comércio ou serviço) eleitos preencheram um novo documento, mais minucioso, sobre como seria desenvolvimento de suas ações até formarem o próprio “empreendimento”.
Tal simulação, que buscou entender e agir sobre uma carência real identificada, foi a terceira etapa. Durante três semanas, os alunos tiveram a incumbência de elaborar as propostas de marketing e expor as ideias de seus planos de negócio.
A avaliação dos resultados aconteceu durante três dias. Foram produzidos fanzines sobre empreendedorismo. Numa determinada data, as famílias foram à escola para conhecer as produções.
SAIBA MAIS
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