Laranjas: produzir, espremer e saponificar
Promover a aprendizagem dos estudantes sobre funções orgânicas, isomeria óptica e reação de saponificação por meio do uso da temática "Laranjas: produzir, espremer e saponificar", possibilitando uma aproximação dos alunos com o ambiente onde viviam. Além disso, proporcionar aos alunos o conhecimento da base socioeconômica de sua cidade.
Materiais:
- água morna;
- suco de laranja;
- soda cáustica;
- óleo de cozinha usado e coado;
- colher de madeira;
- balde plástico de material grosso e resistente;
- recipiente para o molde do sabão.
CNT – Competência 1; Competência 2; Competência 3
Habilidades trabalhadas: EM13CNT105; EM13CNT206; EM13CNT301; EM13CNT302
Professor(a) responsável: Darcylaine Vieira Martins.
O que é:
A utilização da temática laranja como tema contextualizador possibilitou abordarmos um amplo leque de conceitos sobre a disciplina de Química Orgânica.
Como fazer:
Observando a realidade dos alunos do Colégio Estadual Dr. Antônio Garcia Filho, foi possível compreender que o ensino de Química Orgânica precisava ser apresentado de outras formas para os alunos. Aproveitando que a base da economia da cidade é a citricultura, pensei num projeto no qual a laranja estivesse inserida na temática.
Ao invés de decorar fórmulas e informações, como é comum, os alunos tinham de compreender com clareza os conteúdos, para que pudessem entender o mundo à sua volta.
Apliquei o questionário investigativo para levantar as concepções prévias sobre a citricultura no município, bem como aferir seu nível de motivação e de interesse pelos conteúdos de Química Orgânica.
Para isso, exibi o vídeo "Alimente-se Bem: a história dos alimentos – Laranja.
Resumidamente, o vídeo relata a origem, a história e curiosidades sobre essa fruta.
As perguntas levantadas pelos alunos após a exibição do vídeo foram aproveitadas para que eu fizesse alguns comentários iniciais e já introduzisse aspectos da produção de laranja na cidade.
Como atividade extraclasse, pedi aos alunos que fizessem uma pesquisa sobre o valor da produção de laranja, a área plantada, a produtividade por hectare, sua participação na agricultura do município e o percentual da área territorial ocupada com sua plantação em diferentes regiões geográficas do Sergipe.
Os alunos foram orientados para que usassem sites confiáveis da internet, como as páginas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Com o resultado dessa pesquisa, os alunos tiveram noção da grande participação da produção agrícola da laranja no estado e no município.
Em horário extraclasse, foi feita uma visita de campo a estufas de mudas de laranjas, em vários latifúndios e em pequenos sítios produtores.
Isso possibilitou aos alunos compreenderem a importância da produção cítrica para a economia e desenvolvimento da cidade.
A aula teve o apoio da professora de História, que abordou, entre outros assuntos, a origem do nome da cidade, que surgiu em referência a uma enorme árvore de umbaúba nascida às margens do Riacho da Guia.
Pela sombra da árvore, pelas águas límpidas do riacho e por ser um acesso para quem vinha do sertão em direção ao litoral, o lugar se tornou uma espécie de pousada ao ar livre para viajantes. Essa informação era desconhecida pelos alunos.
O tema gerador, laranja, também deu condições para uma abordagem contextualizada e interdisciplinar. Cada professor, em sua especialidade, levantou problemáticas que poderiam ser abordadas a partir do tema escolhido.
O registro da visita de campo foi feito com o uso dos métodos da abordagem antropológica, como a observação e a coleta de depoimentos dos trabalhadores rurais, na forma de entrevistas não estruturadas, realizadas pelos alunos.
Também fizemos registros fotográficos de agricultores, instrumentos e materiais utilizados e etapas do processo.
Na aula seguinte, pedi aos alunos que fizessem uma busca na internet sobre a composição química da laranja e uma listagem de todas as vitaminas presentes no fruto e seus benefícios.
Tendo em mãos as fórmulas estruturais das diversas vitaminas da laranja, os alunos identificaram as funções orgânicas presentes em cada uma delas.
Em outra aula, ministrei o conteúdo de isomeria óptica. A aula começou com uma pequena dinâmica, na qual dois alunos da turma foram escolhidos para que identificassem, entre duas caixas, onde estavam a laranja e o limão, utilizando apenas o olfato.
Em horário oposto à aula, foi feita a segunda visita de campo, e, desta vez, os alunos conheceram o Centro de Distribuição da cidade. Ali, caminhões são abastecidos com as laranjas produzidas no município, que, posteriormente, são levadas para venda em outros municípios e estados.
Naquele momento, os alunos fizeram uma seleção das laranjas descartadas por não terem uma aparência favorável à sua comercialização.
Propus aos alunos que pesquisassem na internet uma estratégia de reutilização dos restos de laranja. Chegaram a conclusão de que poderiam reaproveitar o substrato desse cítrico para a produção de sabão ecológico com aroma de laranja. Pedi, então, que trouxessem receitas usadas em processos caseiros de fabricação de sabão.
A aula seguinte foi iniciada com explicações sobre a reação de saponificação, por meio da qual o sabão pode ser feito. Nas aulas seguintes, foram realizados vários testes na cozinha da escola até que se obtivesse um sabão de qualidade. Os alunos sugeriram que o final do projeto acontecesse no pátio, onde eles falariam à comunidade escolar sobre a importância da produção da laranja para o município e apresentariam as fórmulas das vitaminas presentes na laranja, identificando as funções orgânicas e seus benefícios.
Fariam ainda uma pequena conscientização sobre a importância do reaproveitamento das laranjas descartadas no Centro de Distribuição. Durante essa apresentação, foram entregues amostras do sabão ecológico de laranja produzido pelos próprios alunos, juntamente com a receita de execução.