"A dinâmica social contemporânea nacional e internacional, marcada especialmente pelas rápidas transformações decorrentes do desenvolvimento tecnológico, impõe desafios ao Ensino Médio. Para atender às necessidades de formação geral, indispensáveis ao exercício da cidadania e à inserção no mundo do trabalho, e responder à diversidade de expectativas dos jovens quanto à sua formação, a escola que acolhe as juventudes tem de estar comprometida com a educação integral dos estudantes e com a construção de seu projeto de vida." (BNCC, 2018, p. 464)

Podcast

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Educação matemática e oralidade discente

Área: Linguagens.

Dinamizar e democratizar o ensino da disciplina de Matemática, melhorando o desempenho escolar e tendo a oralidade e a criatividade como ferramentas de aprendizagem.

Quando: Durante o ano letivo.
Materiais:
  • materiais comuns dos próprios alunos;
  • projetor multimídia;
  • sala de informática com conexão à internet (desejável).

Habilidades trabalhadas: EM13LGG402; EM13LP16; EM13LGG402
Escola: Escola Estadual Major Alcides Rodrigues dos Santos, Boa Vista (RR).
Professor(a) responsável: Manoel Reildo Cerdeira dos Santos.

O que é:

Durante observações informais do comportamento dos estudantes, constatei que, quando eles tinham alguma dúvida ou mesmo quando precisavam resolver alguma questão, demonstravam insegurança e timidez, evitando fazer perguntas ao professor. Por outro lado, notei que, quando aprendiam o conteúdo, tinham disposição para ajudar os colegas em dificuldade.

Surgiu, então, a ideia de executar um projeto voltado para a oralidade discente, uma vez que, em outras disciplinas, os alunos apresentavam seminários. Em Matemática, esse método era pouco aplicado.

Os estudantes também cobravam aulas dinâmicas, com metodologias diferentes e maior participação.

Lancei a proposta de organizarmos a turma em equipes e fazermos um sorteio dos exercícios que estavam no caderno para que fossem apresentados em forma de jogo ou dinâmica, tudo arquitetado e planejado pelos próprios alunos.

O projeto foi um sucesso. Houve 100% de aprovação e de participação dos estudantes.

Durante sua execução, foram avaliados aspectos cognitivos dos alunos, por meio de jogos didáticos paródias, pesquisas, danças e seminários.

Como fazer:

Apliquei oito exercícios numerados para resolução em sala de aula. Posteriormente, dividi a turma em quatro equipes e sorteei datas para a apresentação dos dois exercícios com os quais cada equipe havia sido contemplada.

Para a definição das notas, alguns critérios foram levados em consideração:

  • domínio do conteúdo do exercício (com demonstração de segurança no momento da explicação);
  • criatividade (dos jogos e das dinâmicas);
  • postura (projeção da voz e conduta na apresentação);
  • tempo (mínimo de 30 minutos e máximo de 40 minutos para a apresentação).

Os estudantes surpreenderam nas suas apresentações, principalmente pela criatividade.

A primeira equipe explicou os exercícios de forma clara e objetiva. Em seguida, colocou algumas questões em cartazes e dividiu a classe em duas turmas. Cada uma escolheu um representante. O aluno que resolvesse corretamente a questão, em primeiro lugar, ganhava um ponto.

A segunda equipe apresentou alguns exemplos e depois explicou as regras do jogo. Tratava-se de um caça ao tesouro. A classe foi novamente dividida em dois grupos. Cada um recebeu um envelope com uma questão.

O time que solucionasse a questão primeiro teria direito ao segundo envelope, que continha a dica para sair da sala e continuar a busca do tesouro (que era uma caixa com chocolates).

Em algumas etapas do jogo, houve charadas e questões que, se fossem solucionadas, levariam à próxima etapa. Quem achou o tesouro mais rápido ganhou o jogo.

A terceira equipe, por sua vez, explicou as regras do jogo e também algumas questões dos exercícios que teriam de ser apresentadas. A dinâmica consistiu em sortear um dos estudantes, que teria de estourar um balão e resolver a questão que estava em seu interior. Quem solucionou a questão ganhou um brinde.

A quarta e última equipe explicou os exercícios e, em seguida, apresentou as regras do jogo: o jogador lançaria um dado. A face que aparecesse após o lançamento indicaria a quantidade de casas que deveriam ser avançadas no tabuleiro.

Se fosse uma questão, quem a solucionasse avançaria no jogo. Quem não soubesse resolver ou errasse a solução ficaria na mesma posição. Até dez pessoas poderiam participar. Ganharia quem chegasse primeiro ao final da trilha.

O resultado foi satisfatório. Nos dias dos jogos, as aulas foram dinâmicas e participativas. Percebeu-se grande empenho dos alunos, que demonstraram ter aprendido bastante sobre os conteúdos matemáticos.

Na avaliação, os estudantes relataram os pontos positivos e negativos da iniciativa. Todos aprovaram a metodologia e ainda fizeram algumas sugestões. Prometeram se empenhar mais nas aulas e assumir responsabilidades.

Os alunos também aprovaram os critérios de avaliação, considerando-os importantes no cotidiano escolar.

Eles apresentaram ainda a proposta de que, uma vez por semana, o professor fizesse alguma dinâmica ou jogo relacionado ao assunto estudado ou até aulas fora de sala. Surgiu a ideia de usarmos, sempre que fosse possível, o projetor multimídia para a apresentação de exemplos ou conteúdos. Os jovens sugeriram também o uso de música como parte da metodologia de alguns assuntos.

O processo avaliativo foi formativo e somativo, uma vez que a produção de materiais e a organização construtivista dos trabalhos foram acompanhadas pelo docente. No dia da apresentação, atribuí notas aos alunos. Portanto, a avaliação foi também expositiva e dialogada.

Tratou-se de uma proposta rápida, prática, funcional e, além de tudo, viável, abrindo precedentes para diálogo e sugestões.

Dicas

Em toda turma, há sempre alunos que se destacam por alguma habilidade: música, canto, teatro, esportes etc.

Explorar essas habilidades, desenvolvendo atividades nas quais os estudantes demonstrem seus talentos, também pode ser um bom caminho.

Os alunos fizeram uso extensivo das novas tecnologias (apresentações em projetor multimídia, por exemplo) e cobraram isso também do professor, o que sugere que ouvir os estudantes e lhes dar protagonismo pode contribuir significativamente para a melhoria das práticas de ensino.

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